Por Dinarte Assunção
No entanto, as barreiras criadas pelo
Judiciário para impedir as candidaturas de quem caiu na malha fina da
Ficha Limpa estão cada vez mais rígidas e o recomendável por
especialistas no assunto é que esses pré-candidatos não se arrisquem,
pois deverão empreender uma jornada que terminará no indeferimento da
candidatura.
A declaração de inelegibilidade dada
pela Justiça Eleitoral para barrar candidaturas tem sido sustentada
basicamente nas listas dos tribunais de contas, que relaciona gestores
com contas reprovadas e os encaminha ao TSE e TRE’s. Quem consta nessas
listas e anuncia candidatura sabe que está flertando com o improvável.
“O que a gente sabe é que o Tribunal
Regional Eleitoral é muito rígido. A lei fala sobre reprovação de contas
que implicou em improbidade administrativa que causou dano ao erário.
Quando o acórdão do tribunal de conta se encaixa nesse conceito é
inelegibilidade é certa. E, mesmo quando não se encaixa, ou seja, mesmo
quando não houve dolo no dano ao erário, a Justiça Eleitoral também não
deixa passar”, comentou o especialista em direito eleitoral Cristiano
Barros.
Com a reforma eleitoral que passou a
valer neste ano, prosseguiu Barros, ficou ainda mais difícil pleitear o
deferimento da candidatura para quem teve o nome incluído nas listas dos
tribunais de contas.
“Como advogado, a gente não aconselha
que essas pessoas se arrisquem. A campanha é curta e não vai dar tempo
de o registro de candidatura ser julgado em duas instâncias. E a
substituição do candidato na chapa tem que ser feita até o dia 22 de
setembro. É muito pouco tempo”, comentou Cristiano.
A confusão sobre problemas com a Justiça
leva ainda os candidatos a utilizarem as pendências como estratégia
nessa fase de pré-campanha. Em Mossoró, por exemplo, é comum ouvir que a
ex-governadora Rosalba Ciarlini não poderá disputar a prefeitura por
responder processo judicial. Isso não é suficiente. Como ela não tem
condenação em segunda instância nem contas reprovadas, poderá disputar a
prefeitura do segundo município do Estado tranquilamente.
Já em Macau, a situação do ex-prefeito
José Antonio de Menezes não é das mais fáceis. Ele foi relacionado na
lista do TCU que foi encaminhada à Justiça Eleitoral. Ele teve contas
reprovadas pelo Tribunal por má aplicação de recursos. Como a Justiça
Eleitoral tem seguido à risca as listas dos tribunais de contas, a
candidatura que ele quer colocar nas ruas é improvável de ser aceita.
O caso é semelhante aos de Evilásia
Eugênia, de Patu, e Expedito Salviano, de Venha Ver, e ex-prefeitos
tidos como pré-candidatos, mas que deverão ser barrados pela Justiça
Eleitoral se decidirem lançar a empreitada política.
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