
A nova política, que também passará a vigorar a partir de amanhã,
terá como base os preços da commodities praticados no mercado
internacional e avaliações mensais para reajustes ou não dos preços dos
combustíveis para cima ou para baixo, dependendo da oscilação do preço
dos produtos no mercado global.
Para pôr em prática essa nova política, a Petrobras criou o Grupo
Executivo de Mercado e Preços, que, já em sua primeira reunião, decidiu
pela redução hoje anunciada. Segundo a assessoria da Petrobras, essa é a
primeira vez que a redução de preços dos derivados ocorre desde junho
de 2009, quando o diesel caiu 15% e a gasolina, 4,5%.
Ao abrir hoje a entrevista, o presidente da Petrobras, Pedro Parente,
disse que o impacto da decisão nas bombas de todo o país vai depender
das redes de distribuição e dos donos dos postos.
Pedro Parente explicou que a empresa estará praticando a nova
política a partir de amanhã. “Ela é baseada na paridade internacional de
preços, que é assim que funciona quando você está lidando com
uma commoditie, o que é o caso dos derivados. Sobre essa paridade você
coloca a margem da empresa (que leva em conta vários fatores), e também
coloca os tributos e impostos”, disse.
“E, ao anunciar essa nova política, nós achamos também que seria
importante fazer um movimento de preços levando em conta que tem havido
um aumento de importações, especialmente de diesel, mas também da
gasolina, além da sazonalidade do mercado mundial de derivados”.
Parente também afirmou que a decisão pela redução não trará impacto
nas contas da Petrobras, “uma vez que, ao estipular o preço, você tem
que olhar também o market share(participação de mercado) e a utilização
da capacidade instalada das refinarias, e não só o preço de venda. E, de
acordo com os nossos parâmetros internos e com o nosso planejamento
estratégico, a decisão não coloca em risco o cumprimento das metas
anunciadas [no Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da companhia].
Nova política
A decisão anunciada pela diretoria da Petrobras é uma mudança na política de preços, adotada na última década.
Na gestão do ex-presidente Sérgio Gabrielli, diante da alta do preço
do barril no mercado e dos questionamentos sobre se haveria ou não
aumento do preço dos derivados no mercado interno, o ex-presidente da
Petrobras era enfático: “A nossa política é não repassar para os preços
dos derivados no mercado interno a volatilidade (oscilação) do petróleo
no mercado externo, mas sim manter uma curva de médio prazo que mantenha
os nossos ganhos na ponta”.
Era uma política onde a convergência aos preços internacionais se
dava no médio e no longo prazo, os reajustes não tinham periodicidade
definida e se davam em nível decisório no âmbito da diretoria executiva
da companhia.
A partir de agora, as decisões serão tomadas no âmbito do Grupo
Executivo de Mercado de Preços (presidente, mais diretoria de Refino e
Gás natural, mais diretoria Financeira e de Relações com Investidores);
terão como referência as variações do preço dos derivados no mercado
internacional; e Relatório Externo de avaliação 60 dias após o término
de cada trimestre.
Em nota, a Petrobras diz: “como o valor desses combustíveis
acompanhará a tendência do mercado internacional, poderá haver
manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias a
cada mês”.
Independência em relação ao governo
Na entrevista, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, abordou a
questão da independência em relação ao governo. “A orientação expressa
que foi dada é que a Petrobras tem que se recuperar, tem que virar o
jogo de todos os problemas por que ela passou e, para que isto ocorra,
ela precisa contar com todos os instrumentos que são próprios de uma
empresa. E assim tem sido feito”.
Sobre a questão da reação do mercado e da possibilidade de que a nova
política venha a atrair investimentos, a Petrobras admitiu que essa
também é uma das premissas da mudança da política, principalmente porque
ela dá maior tranquilidade aos investidores ao definir regras claras e
garantias de retorno do capital investido.

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