O Rio Grande do Norte irá receber o “Defensoria Sem Fronteiras”,
força-tarefa do Colégio Nacional dos Defensores Públicos-Gerais
(Condege) que reúne defensores de todo o país para dar celeridade em
processos judiciais. A partir desta segunda-feira (13), os internos da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz e do Presídio Estadual Rogério
Coutinho Madruga, palcos das rebeliões de janeiro deste ano na região
metropolitana de Natal (RN), terão seus processos analisados. A abertura
dos trabalhos acontecerá na Escola de Magistratura do Rio Grande do
Norte (Esmarn), em Candelária, às 10h.
Ao todo, 32 defensores
públicos dos estados, Distrito Federal e da União irão analisar os
processos de cerca de 1.200 presos em duas semanas de trabalho, com
direito a atendimentos pessoais e visitas aos presídios para entrevistar
os detentos e verificar as condições de cumprimento da pena. O
atendimento nas unidades contará ainda com o apoio do Instituto Técnica e
Científico de Perícia (Itep), que irá emitir novos documentos para os
internos. A demanda foi necessária depois que parte dos processos e
documentos oficiais foram destruídos pelos próprios presos nos 12 dias
de rebelião, quando 26 internos foram assassinados em um conflito entre
facções criminosas.
A ação faz parte do Acordo de Cooperação
Técnica assinado em janeiro deste ano pelo Condege, o Ministério da
Justiça, Defensoria Pública da União, Associação Nacional de Defensores
Públicos (Anadep) e Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais
(Anadef). A parceria tem validade programada para dois anos, o que
viabiliza sua execução em outros estados, de acordo com a necessidade
avaliada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
União de defensores públicos
Programa
permanente do Condege, o “Defensoria Sem Fronteiras” permite a
cooperação entre as Defensorias Públicas do Distrito Federal, dos
estados e da União para situações emergenciais. A última ação foi em
fevereiro deste ano, em Manaus (AM), quando 76 defensores se reuniram
para avaliar a situação de 5.200 presos de nove unidades prisionais.
Em
2014, quatro cidades do Paraná (Foz do Iguaçu, Londrina, Francisco
Beltrão e Cascavel) foram atendidas pelo mutirão nos presídios. Foram
realizados mais de 4 mil atendimentos e analisados cerca de 9 mil
processos. Em Recife (PE), mais de 5 mil presos foram atendidos pelo
programa em 2015. No mesmo ano, em Fortaleza (CE), o mutirão se reuniu
para atender jovens da Vara de Infância e Juventude.
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