Após mais de nove horas de impasse no Judiciário, o presidente do
Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson
Flores Lenz, manteve a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, colocando fim ao confronto de decisões dos desembargadores
Rogério Favreto e João Pedro Gebran Neto.
Em seu despacho, Thompson Flores afirmou que os argumentos usados no
pedido de habeas corpus a favor do ex-presidente são os mesmos já
submetidos e analisados pela 8ª Turma do TRF, inclusive o fato de Lula
ser pré-candidato à Presidência da República. Segundo ele,
"rigorosamente, a notícia da pré-candidatura eleitoral (de Lula) é fato
público/notório do qual já se tinha notícia" no julgamento da 8ª Turma.
Por isso, considerou que deveria ser preservada a revogação da soltura
de Lula, feita pelo desembargador Gebran Neto. As informações são da
Agência Brasil.
No entanto, a defesa do ex-presidente pretende recorrer ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) da decisão de Gebran Neto, de acordo com
informações de O Globo, alegando que ela não teria validade porque o
magistrado se encontra de férias e, sendo assim, não teria jurisdição
sobre o caso deste domingo (8).
"Gebran, o relator em férias, que
não está no plantão e portanto não tem autoridade para determinar
qualquer ação judicial, em conluio com a PF, quer manter Lula preso!
Rompidas as garantias constitucionais e do direito! Todos a Curitiba,
todos as rua", escreveu a presidente do PT Gleisi Hoffmann no Twitter.
Integrantes
do PT ainda avaliam qual o melhor momento para agir, já que ainda estão
na expectativa de outro possível pronunciamento de Favreto questionando
a jurisdição de Gebran Neto.
Ainda ontem, em nota, o advogado do ex-presidente,
Cristiano Zanin Martins, já havia criticado a atuação do juiz Sérgio
Moro, que também se pronunciou contra a soltura, e do Ministério Público
Federal (MPF). “O juiz Moro e o MPF de Curitiba atuaram mais uma vez
como um bloco monolítico contra a liberdade de Lula, mostrando que não
há separação entre a atuação do magistrado e o órgão de acusação”,
acrescenta a defesa.
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