Cientista diz que remédio pode prevenir ou limitar sintomas da doença. Itália começou a 4 dias atrás
A corrida para encontrar uma arma para lidar com o coronavírus continua
de forma acelerada em várias partes do mundo. E uma das mais
promissoras é, segundo a cientista italiana Annalisa Chiusoloa, o uso
preventivo da hidroxicloroquina.
Ela diz ter
descoberto o principal mecanismo por trás do SARS-CoV-2, e como a
hidroxicloroquina pode tornar as pessoas imunes ao novo coronavírus.
Segundo publicação do jornal italiano Il Tempo,
o vírus danifica a hemoglobina, prejudicando a capacidade dos glóbulos
vermelhos de transportar oxigênio por todo o corpo, comprometendo os
pulmões e resultando em Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
(SDRA).
As células pulmonares se tornam o local da cascata de
citocinas, uma enorme resposta imune, responsável pela inflamação
pulmonar aguda que caracteriza a pneumonia por COVID-19”, disse
Chiusolo.
“O valor da hemoglobina no sangue pode ser um parâmetro
importante para avaliar a infecção por SARS-CoV-2: nos homens, o valor
normal da hemoglobina (Hb) é maior que nas mulheres”, disse Chiusolo.
Segundo
ela, isso explicaria a maior incidência de pneumonia por COVID-19 em
homens em comparação com as mulheres, e a menor incidência e melhor
prognóstico em crianças e mulheres grávidas, onde os valores de Hb são
mais baixos devido à maior necessidade de ferro, o que torna menos
disponível essa nutrição para o vírus.
A pneumonia causada pelo
coronavírus também é mais proeminente em pacientes idosos ou pacientes
de meia-idade com diabetes. Chiusolo disse que isto está ligado ao
aumento da hemoglobina glicada.

Ao diário Jerusalem Post,
a acadêmica – graduada pela Faculdade de Farmácia da Universidade de
Perugia – explicou que “as células pulmonares se tornam o local da
tempestade de citocinas, a forte resposta imunológica responsável pela
inflamação pulmonar aguda que caracteriza a pneumonia da COVID-19”.
O portal Science Daily define a tempestade de citocinas como uma “superprodução de células do sistema imunológico e seus compostos ativadores”.
Para Andrea Savarino, pesquisadora do Instituto Superior de Saúde da Itália,
e uma das principais especialistas em hidroxicloroquina,
internacionalmente conhecida por suas publicações sobre o assunto, “a
interpretação de Annalisa Chiusoloa é bastante interessante”.
Uso profilático da hidroxicloroquina
Chiusolo
disse que a hidroxicloroquina (HCQ) pode atuar como profilática,
prevenindo ou limitando os sintomas da doença, enquanto aguarda a
formulação da vacina que estimula especificamente a resposta de
anticorpos do organismo.
Ela disse que isso pode tornar o paciente imune ao covid-19 e, quem sabe, limitar seus efeitos colaterais.
Segundo
o jornal italiano Il Fatto Quotidiano, a Agência Italiana de
Medicamentos (AIFA), a autoridade nacional responsável pela
regulamentação de medicamentos na Itália, começou na sexta-feira (08)
um estudo com hidroxicloroquina em 2.500 pacientes, e se concentrará no uso do medicamento na profilaxia.
O
estudo, para o qual os dados preliminares estariam prontos dentro de 12
a 16 semanas, analisará se a ingestão preventiva do medicamento diminui
a probabilidade de contrair covid-19, quando alguém entra em contato
direto com um paciente positivo.
A intenção é ter uma estratégia de profilaxia realmente capaz de reduzir a disseminação de infecções e introduzir uma possibilidade terapêutica eficaz.
Estudo semelhante
Atualmente, algumas publicações confirmam o efeito “profilaxia”, como o estudo francês publicado no International Journal of Antimicrobial Agents,
órgão oficial da Sociedade Internacional de Quimioterapia
Antimicrobiana. Nele, o resultado do medicamento é relatado no uso
preventivo em 211 profissionais de saúde e pacientes que tiveram contato
com pessoas positivas.
Após 10 dias, ninguém apresentou resultado positivo para o coronavírus.
Além
disso, Chiusolo disse que a Sociedade Italiana de Reumatologia
entrevistou cerca de 1200 reumatologistas em toda a Itália para coletar
estatísticas sobre contágios. Na base de 65 mil pacientes com lúpus
crônico e artrite reumatoide que tomam sistematicamente
hidroxicloroquina, apenas 20 pacientes tiveram resultado positivo para o
coronavírus.
Um dos jornais de maior circulação da Itália, o La Repubblica, também repercutiu o uso preventivo da cloroquina.
“O
debate entre os especialistas ainda está aberto, e uma importante
contribuição para a discussão vem da Itália: uma carta publicada no Anais das Doenças Reumáticas por
uma equipe de reumatologistas de Sapienza, que analisa os prós e
contras do uso profilático da cloroquina contra o vírus Sars-Cov-2 à luz
do conhecimento acumulado na reumatologia, disciplina na qual o
medicamento é usado rotineiramente para o tratamento de várias
patologias. Com uma ressalva: a prioridade deve ser garantir o
suprimento para os pacientes atualmente em terapia”, publicou.
*Com informações do italianismo.com.br
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