A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudiou, no
sábado (6), pedidos de verba feitos ao governo federal por uma ala da
Igreja Católica que, em troca, veicularia notícias favoráveis ao
presidente Jair Bolsonaro em canais de rádio e TV, conforme revelou
reportagem publicada no sábado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Por meio de nota, a CNBB demonstrou indignação com a atitude de
representantes desses canais, afirmou que eles não falam pela
instituição e que a Igreja não atua em troca de favores.
“Recebemos com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de
apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e
solução de problemas afeitos à comunicação. A Igreja Católica não faz
barganhas”, informou a CNBB. “Não aprovamos iniciativas como essa, que
dificultam a unidade necessária à Igreja, no cumprimento de sua missão
evangelizadora, ‘que é tornar o Reino de Deus presente no mundo'”, diz a
nota, em citação a discurso do papa Francisco.
A nota também é assinada pela Associação Católica Internacional
Signis Brasil e a Rede Católica de Rádio (CRC). Como mostrou no sábado a
reportagem, padres e leigos conservadores, ligados a uma ala que
diverge da CNBB e que controla parte do sistema de emissoras católicas,
prometeram “mídia positiva” para ações do governo na pandemia do novo
coronavírus. Em contrapartida, pediram anúncios estatais e outorgas para
expandir sua rede de comunicação.
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