Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 23, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, analisou a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de mudar o comando da Petrobras. Na última sexta-feira, 19, Bolsonaro anunciou a escolha do general da reserva Joaquim Silva e Luna para ocupar o cargo de presidente da estatal.
A decisão ocorreu um dia após o ministério de Minas e Energia comunicar à Petrobras que aconteceriam mudanças em seu corpo de funcionários. O anuncio do presidente chamou a atenção da população e do mercado financeiro, que reagiu com a desvalorização das ações da estatal — até o início da semana, a Petrobrás já havia perdido cerca de R$ 100 bilhões em valor de mercado.
“Não dá para recuperar um roubo de 16 anos em apenas dois anos de governo. Houve uma roubalheira infinita na Petrobras, que contou com a omissão e conivência de muitos funcionários. Desde que Bolsonaro assumiu, a roubalheira acabou. Com muita humildade estamos recuperando o rombo deixado pelo PT, mas precisamos levar em consideração que estamos enfrentando uma pandemia, é difícil. O presidente tomou sua decisão porque aferiu que, quem estava no comando da Petrobras, não correspondia aos interesses do país. Bolsonaro tem direito de fazer essa indicação. No mercado financeiro, as ações da estatal caíram porque houve um ataque especulativo. Podemos esperar da gestão de Joaquim Silva e Luna uma Petrobras equilibrada entre os interesses dos investidores e dos brasileiros”, disse.
Segundo laudo divulgado em 2015 pela Polícia Federal, o rombo na Petrobras, provocado pela prática de crimes como pagamento de propina e cartel, varia entre R$ 6,4 bilhões e R$ 42,8 bilhões. Para os procuradores da antiga força-tarefa da Operação Lava Jato, o valor gira em torno de R$ 20 bilhões.
Reconhecendo a fragilidade da economia brasileira em meio à pandemia de Covid-19, o ministro reforçou que a estabilidade do país apenas será atingida “se todas as reformas econômicas forem realizadas”, em referência às propostas do governo de reforma tributária e administrativa. “Somos um governo que rompe com todos os anteriores e, por isso, tivemos que aprender a ser ameno. As reformas não caminharam muito porque cometemos erros e, lamentavelmente, tivemos na presidência da Câmara o deputado Rodrigo Maia, que tomou atitudes antipatrióticas. Mas isso é passado. Com Arthur Lira na presidência da Casa, tudo fluirá com maior rapidez”, disse.
Mesmo enxergando um aliado em Lira, para que as reformas sejam sancionadas, devem ser debatidas e aprovadas no legislativo. Por isso, questionado sobre a aproximação do governo federal com o “Centrão“, Lorenzoni disse que “não há um país no mundo em que o o presidente não tenha a obrigação de construir uma maioria no parlamento”. “O PT negociava cargos com o ‘Centrão’ de porteiras fechadas e aqui não existem porteiras fechadas. É preciso deixar claro que as relações partidárias acontecem no mundo todo. Antes, o PT dizia aos parlamentares: ‘nós estamos aqui para nos servir.’ Hoje, Bolsonaro diz: ‘nós estamos aqui para servir o povo brasileiro’”, concluiu.
Jovem Pan
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