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Um cordão de isolamento, um corpo com marcas de violência e policiais militares preservando a cena do crime. Normalmente, esse é o cenário encontrado pelas equipes do Instituto Técnico e Científico de Perícia (Itep) e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em locais onde as políticas públicas e o Estado não conseguiram evitar o assassinato.
Na maioria dos casos, essas ocorrências são registradas em áreas periféricas de cidades como Natal, Parnamirim, Macaíba e São Gonçalo do Amarante. Nos últimos anos, o número de mortes violentas em todo o país tem sido o maior desafio das Secretarias Estaduais de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed). São investimentos em concursos públicos, armamentos, viaturas e ainda assim, o crime organizado continua a ditar as regras e cobrar com sangue a dívida de quem de alguma forma quebrou as regras do tráfico.
Mas, quanto custa aos cofres públicos uma morte violenta no Rio Grande do Norte? Para descobrir, é preciso buscar respostas para perguntas como quantos profissionais da segurança estão diretamente ligados a investigação; além de quantos agentes da DHPP trabalham para elucidar um assassinato, e quanto tempo dura uma investigação.
Os custos com segurança começam no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado. O trabalho na cena de um crime começa quando uma equipe da polícia militar chega ao local e se depara com um ou mais corpos de pessoas. Cada viatura conta com pelo menos três policiais militares, que podem ser soldados, cabos e sargento ou um subtenente.
Apenas o efetivo policial de uma viatura da PM em um local de crime pode custar entre R$ 13.394,34 e R$ 16.966,16. Isso porque, de acordo com o portal da transparência, um soldado da Polícia Militar tem como salário base R$ 3.571,82. Enquanto um cabo da PM R$4.464,78; já o salário de um sargento varia entre 5.357,74 e 7.143,65 reais.
Se a viatura tiver como comandante um subtenente, os rendimentos somente desse militar custam ao Estado R$ 8.929,56. Além dos custos com armamento, coletes à prova de balas e combustível. Após o isolamento da área, são acionadas as equipes do Itep e DHPP. Somente uma equipe do Itep conta com cinco profissionais, entre eles um perito, que de acordo com o edital do último concurso, tem como salário inicial R$ 7.440,00.
Além disso, a equipe conta com dois motoristas, um fotógrafo e um agente de necrópsia. O salário desses profissionais varia entre R$ 3.186,70 e R$ 3.456,70. Mas, segundo o Observatório da Violência Letal e Intencional, os custos com uma equipe de perícia podem ultrapassar os 30 mil reais. Isso porque o trabalho vai além de um local de crime.
Afinal, quando o corpo chega à sede do órgão, precisa do trabalho do médico legista e vários outros profissionais, até ser liberado para velório e sepultamento. Em alguns casos, é preciso também o trabalho de uma equipe do Corpo de Bombeiros. A mobilização de outras equipes ajuda a elevar os custos para os cofres públicos a cada morte violenta em todo o Estado.
Segundo o edital do último concurso público da Polícia Civil, o salário inicial de um delegado é de R$ 16.670,59. Enquanto o salário base de um agente é de R$ 4.731,91. Por medida de segurança, a Polícia Civil não divulga quantos policiais são deslocados para um local de crime, mas uma equipe da DHPP custa no mínimo R$ 40.330,14.
É importante lembrar que esse valor se refere apenas ao salário dos policiais. Mas, ainda há custos com viaturas, combustível, armas e toda a estrutura disponibilizada para esses profissionais. Por isso, quando somamos os custos com Polícia militar, ITEP e Polícia Civil temos no mínimo R$ 93.296,30 que são gastos pelo Estado por dia, em um local de crime.
Quando dividimos esse valor por 24 horas, que é a carga horária de um plantão das equipes envolvidas, temos R$ 3.887,34 por cada hora de trabalho. Levando em consideração que o procedimento dura em média duas horas, cada local de assassinato custa aos cofres públicos R$ 7.774,68. O custo mensal provocado por mortes violentas para o Estado, somente com pessoal, é de 2 milhões e 798 mil reais.
Com informações do repórter da TV Ponta Negra Ranilson Oliveira
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