A assistência por tomografia na rede estadual de saúde do Rio Grande do Norte chegou a uma situação insustentável. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde), o tomógrafo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, que é referência em trauma no estado, tem enfrentado problemas contínuos há vários meses.
Ainda segundo o sindicato, devido à negligência por parte daSecretaria estadual de Saúde Pública (Sesap) e do Governo do RN, pacientes estão sendo redirecionados para outros hospitais, como o Giselda Trigueiro e o Deoclécio Marques, ambos já sobrecarregados.
"Enquanto tenta contornar o problema, a rede pública ignora limites estruturais e humanos, e força outras unidades a absorver uma demanda que não conseguem suportar", alegou o sindicato por meio de uma nota.A ausência de uma bomba injetora, que é um equipamento essencial para exames com contraste, agrava ainda mais o quadro atual. Atualmente, apenas o Giselda dispõe do aparelho em funcionamento. Essa concentração de procedimentos tornou o atendimento desigual e crítico, criando longas filas para exames e colocando em risco a segurança dos pacientes.
Sobrecarga e caos operacional
O Sindsaúde afirma também que, mesmo sem ampliar equipes ou garantir o mínimo de suporte, a Sesap determinou que os hospitais Giselda e Deoclécio assumissem as demandas que foram deixadas pelo Walfredo.
A decisão, alega o sindicato, foi tomada sem planejamento, fazendo com que profissionais tivessem que se empenhar em jornadas exaustivas e processos desorganizados.
"A determinação é que, a partir da última segunda-feira (17), o setor funcione 24 horas ininterruptas, algo inviável na realidade atual. Servidores (as) relatam adoecimento, pedidos de exoneração de funções de chefia e extremo desgaste físico e emocional", afirmou o Sindsaúde em nota.
O ritmo excessivo já provocou pedidos de renúncia de chefias e relatos de adoecimento físico e emocional entre técnicos e médicos. Trabalhadores também afirmam que não há estrutura mínima para manter o serviço contínuo, que atualmente funciona apenas no horário diurno, de segunda a sexta-feira.
Exames travados, imagens retidas e risco crescente
Além dos problemas operacionais, surgiram falhas graves relacionadas à transmissão das imagens. Exames ficam retidos no equipamento, impedindo médicos de acessar resultados essenciais. A equipe de TI foi acionada diversas vezes, porém o problema persiste.
O Giselda também está sobrecarregado por estar atendendo demandas de múltiplas unidades, como Santa Catarina, Macaíba, Severino Lopes, João Machado e as UPAs, além dos exames de controle enviados pelo próprio Walfredo.

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