segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Luciano Huck desabafa sobre megaoperação no Rio: “É preciso sufocar o crime”

Luciano Huck fez um desabafo emocionado antes de encerrar o "Domingão com Huck", neste domingo (2). 

O apresentador comentou a megaoperação policial que deixou 120 mortos no Rio de Janeiro, entre os complexos do Alemão e da Penha. Antes de encerrar o programa, ele pediu “um minuto de atenção” ao público e falou sobre a violência que assola o estado.

 "Antes de entregar para o 'Fantástico', eu peço um minuto da sua atenção. Eu não posso encerrar o programa de hoje e não falar sobre o que aconteceu no Rio de Janeiro", começou Huck.

O apresentador lembrou que, embora seja paulista, vive há 25 anos no Rio e criou seus filhos na cidade. Em tom de indignação, ele criticou a repetição de políticas de segurança pública que, segundo ele, não apresentam resultados concretos.

"É uma tristeza ver o mesmo modelo de segurança pública se repetindo há décadas sem nenhum resultado. Quantas vezes eu já não parei um programa de televisão aqui na TV Globo para falar sobre esse assunto? 120 mortos numa operação policial no Complexo do Alemão e na Penha. Por trás desse número, tem 120 mães que enterraram seus filhos", afirmou.

Huck defendeu o combate firme ao narcotráfico e às milícias, mas destacou que o enfrentamento à violência precisa ir além da repressão. "É preciso coordenar ações entre todos os níveis de poder - municipal, estadual e federal. É preciso sufocar a parte financeira das organizações criminosas. É preciso valorizar a polícia, mas também gerar oportunidades. Dar perspectiva para quem nasce nesses recortes da cidade, abrir caminhos, mostrar que existem outros futuros possíveis."

O apresentador alertou para as consequências da ausência do Estado em comunidades vulneráveis e pediu uma reconstrução do senso de pertencimento social. "Quando o Estado se ausenta, outro poder ocupa esse lugar. A gente precisa reconstruir o sentido de pertencimento. Fazer com que as crianças se sintam parte de algo maior - de um Rio maior, de um Brasil maior - onde o crime não esteja no horizonte.”

Em outro trecho, Huck lembrou que a maior parte dos cariocas também sofre com a violência e não compactua com o crime organizado. "A enorme maioria da população carioca é refém da violência. A violência urbana é a maior dor do Brasil, sem dúvida. E quem lucra de verdade com a criminalidade não está no Alemão nem na Penha. Aqueles fuzis e aquelas armas de guerra não chegaram ali sozinhos.”

Por fim, o apresentador relatou uma conversa com os filhos e fez um apelo por esperança e mudança. "Meus filhos me disseram num jantar: ‘Pai, é impossível resolver isso’. Eu discordei. Mostrei pra eles que é possível, sim. Em muitos lugares do mundo com realidades parecidas, isso já aconteceu."

Encerrando o desabafo, Huck também prestou homenagem aos policiais mortos na operação e reafirmou seu apoio às forças de segurança: "Eu nunca escondi minha posição pública de apoio à polícia. Acredito na polícia pelos seus maiores exemplos, não pelas exceções. Esses quatro policiais saíram pra trabalhar e não voltaram. Essa também é uma parte devastadora dessa história."

 

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