Um total de 20% das equipes do Programa Saúde da Família estão sem
médico no Rio Grande do Norte. Ou seja, das 800 unidades existentes no
estado, pelo menos 160 se ressentem da ausência de um profissional que
atenda a todas as exigências do Ministério da Saúde para ocupar o cargo.
Mas o problema não para aí. Devido à falta do médico, os municípios
perdem os recursos destinados a essas equipes e têm de investir por
conta própria na contratação, para não deixar as comunidades
desassistidas.
Os dados são do Conselho das Secretarias Municipais de
Saúde do Rio Grande do Norte (Cosems/RN) e foram divulgados ontem
durante a 153ª Reunião Ordinária da Secretaria Estadual de Saúde Pública
(Sesap). "Esses municípios às vezes têm que fazer malabarismos para
manter a estratégia de saúde na família funcionando, para não penalizar a
população, às vezes submetendo-se a contratar médicos pagando dos
próprios cofres municipais, para trabalhar apenas três horas ou meio
expediente, quando a lei determina que o expediente seja completo",
conta a presidente da Cosems, Sonali Costa.
Em São José, por
exemplo, a poucos quilômetros da capital, são 16 equipes do PSF, sendo
que três delas estão sem médico, e é feito um ressarcimento de outros
profissionais para dar uma cobertura àquela área. "Ainda assim, só
conseguimos um médico porque negociamos para ficar somente pela manhã.
Na verdade, esse é um lixo em baixo do tapete que tem que ser retirado
de forma tripartite: Estado, Município e Governo Federal", disse Sonali
Costa.
Do DN Oline
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