Medidas prevêem diminuição gradual de sódio em 16 categorias de produtos, incluindo pães e massas
Na
data de comemoração do Dia Mundial da Saúde, o governo federal reforça
ações para a promoção de hábitos de vida saudáveis. O termo de
compromisso – assinado nesta quinta-feira (7) pelo ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, e pelas associações que representam os produtores de
alimentos processados – estabelece um plano de redução gradual na
quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos, começando
por massas instantâneas, pães e bisnaguinhas.
O objetivo é
reduzir o consumo excessivo de sal (cerca de 40% do sal é composto de
sódio), que está associado a uma série de doenças crônicas, como
hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, problemas renais e
cânceres. “Este acordo com a indústria alimentícia representa um passo
fundamental para que seja atingida a recomendação de consumo máximo da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de menos de 5 gramas de sal
diários por pessoa, até 2020”, diz o ministro Padilha.
O
documento define o teor máximo de sódio a cada 100 gramas em alimentos
industrializados. Algumas metas devem ser cumpridas pelo setor produtivo
até 2012 e aprofundadas até 2014. No caso das massas instantâneas, a
quantidade fica limitada a 1.920,7 miligramas (ou 1,9 grama), até 2012.
Isso representa uma diminuição anual de 30%.
Nos pães de forma, o
acordo prevê redução do teor máximo de sódio para 645 miligramas, até
2012, e para 522 miligramas, até 2014; enquanto que, nas bisnaginhas, o
limite será de 531 e 430 miligramas, nas mesmas datas. Essas metas
estabelecidas correspondem a uma redução de 10% ao ano.
Está
previsto, também, o estabelecimento de metas, ainda em julho deste ano,
para o pão francês, os bolos prontos, as misturas para bolos, os
salgadinhos de milho e as batatas fritas. Até o fim de 2011, será a vez
dos biscoitos (cream cracker, recheados e maisena), embutidos (salsicha,
presunto, hambúrguer, empanados, lingüiça, salame e mortadela), caldos e
temperos, margarinas vegetais, maioneses, derivados de cereais,
laticínios (bebidas lácteas, queijos e requeijão) e refeições prontas
(pizza, lasanha, papa infantil salgada e sopas).
Segundo dados
da Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) 2002/03, o consumo
individual de sal, apenas nos domicílios brasileiros, foi de 9,6 gramas
diários, o que representa quase o do dobro do recomendado pela OMS.
ESFORÇO CONJUNTO
– O acordo estabelecido entre o Ministério da Saúde e a Associação
Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Associação Brasileira
das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Associação Brasileira da
Indústria do Trigo (Abitrigo) e a Associação Brasileira da Indústria de
Panificação e Confeitaria (Abip) é mais um resultado positivo da
articulação e do esforço entre governo e indústria para aperfeiçoar a
qualidade dos produtos disponíveis no mercado, como já ocorre no caso
das gorduras trans. Essas ações integram o Fórum de Alimentação Saudável
e mostra a preocupação do Ministério da Saúde com os padrões
alimentares dos brasileiros.
Entre 2007 e 2010, um acordo entre o
Ministério da Saúde e a Abia conseguiu retirar cerca de 230 mil
toneladas de gordura trans ao ano dos alimentos processados. Estudo
feito pela associação, em parceria com o governo federal, revelou que
94,6% das empresas ligadas à entidade, alcançaram a meta estabelecida em
2007, que limita a 5% de presença de gordura trans do total de gorduras
em alimentos industrializados e 2% do total de gorduras em óleos e
margarinas.
Para o presidente da Abia, Edmundo Klotz, o acordo
representa "um compromisso entre governo federal e indústria para reunir
esforços e trabalhar conjuntamente em ações de fomento à alimentação
saudável, equilibrada e nutricionalmente adequada. Desta forma, a
indústria se propõe a reduzir gradualmente o uso do sódio em seus
produtos a fim de promover melhor qualidade de vida à população".
No
termo de compromisso, o Ministério da Saúde, em parceria com a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), compromete-se a elaborar o
Plano Nacional de Redução do Consumo de Sal, a monitorar o teor de sódio
nos alimentos processados, a acompanhar as tendências de consumo
alimentar da população e a avaliar o impacto da redução desse consumo
nos custos do Sistema Único de Saúde e na incidência de doenças
crônicas.
ACORDO ABRAS – O ministro
Alexandre Padilha também assinou acordo com a Associação Brasileira de
Supermercados (Abras) e com a Anvisa, que vão constituir um grupo de
trabalho conjunto para definir ações de proteção à saúde e para a
promoção de estilos de vida saudáveis entre consumidores e trabalhadores
do setor.
Entre as medidas a serem adotadas, está a adoção de
campanhas informativas para o consumo consciente, para a promoção da
alimentação saudável e da prática de atividade física, para o controle
do tabagismo e a redução do uso abusivo de álcool e outras drogas, para a
redução de acidentes de trânsito e estímulo à cultura da paz.
O
acordo estabelece, também, o fomento a programas de atualização dos
trabalhadores envolvidos com manipulação, fiscalização e produção de
alimentos nestes estabelecimentos e a adoção de políticas internas de
controle da qualidade de matérias-primas e seleção de fornecedores.
Do Portal da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário