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Especialistas dizem que reajuste vai reduzir prejuízo da Petrobras, que seria de R$ 1 bilhão por mês
A companhia avisou ao governo no ano passado, quando da elaboração do Plano de Negócios vigente, que precisaria reajustar a gasolina e o diesel em 15%, de forma a conseguir financiar os investimentos de US$ 236,5 bilhões previstos para o período 2012-2016.
Em 25 de junho, a gasolina foi reajustada nas refinarias em 7,83%. Agora, faltaria cerca de 7% para que a pretensão da estatal fosse atendida. O diesel recebeu dois reajustes desde então. Um de 3,94%, em 25 de junho e outro de 6%, em 16 de julho. Apesar de o porcentual de reajuste da gasolina ser pouco abaixo do previsto no Plano de Negócios, o aumento concedido no diesel poderá compensar o resultado. O diesel é o combustível com maior impacto no balanço da companhia.
Os preços da gasolina e do diesel sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tributos federais Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) e PIS/Cofins e o tributo estadual Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com o comunicado da Petrobras.
Preocupada com a demora no reajuste, reclamado diversas vezes pela presidente Maria das Graças Foster, a diretoria da Petrobras pediu ao Conselho de Administração, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, um aumento rápido, ainda para este mês, dos preços do diesel e da gasolina, para não ter que cortar projetos do Plano de Negócios.
O reajuste não acaba com a defasagem de preços dos combustíveis vendidos pelas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional, mas garante a continuidade de projetos e investimentos. Além de aliviar o caixa da companhia, que registra prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão ao mês com a diferença entre os preços de importação de diesel e gasolina e os praticados no mercado doméstico.
Na avaliação de Ricardo Corrêa, analista da corretora Ativa, o valor do reajuste nos combustíveis era o esperado, confirmando a "expectativa negativa" do mercado em relação à recomposição das receitas da Petrobras. "O reajuste, naturalmente, alonga a capacidade de geração de caixa da empresa, mas a defasagem (dos preços nacionais com as cotações internacionais) não foi totalmente resolvida", observou o especialista.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, afirmou considerar o reajuste insuficiente, mas que alivia a empresa. Sobretudo, acrescentou, o reajuste demonstra que a presidente da Petrobras conseguiu convencer o governo da necessidade de aumento, mesmo com a inflação em alta. Pires avalia que o reajuste terá um impacto de 0,13 ponto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo e de cerca de 4% na bomba.
O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, calcula que, no varejo, o reajuste levará a uma alta de 5,3% na gasolina e de 4% no diesel. Assim, a projeção da consultoria para o IPCA de janeiro, antes em 0,91%, passou para 0,83%. No ano, o principal índice de inflação do País deverá subir 0,3 ponto porcentual por causa dos combustíveis. O reajuste de 5,3% na gasolina elevará o preço do produto em Natal para cerca de R$ 2,90.
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