Brasília (AE) Em clima de palanque e com frases de efeito, a presidenta
Dilma Rousseff anunciou ontem, a ampliação do número de brasileiros
atendidos pelo programa Brasil Sem Miséria, o que permitirá ao governo
dizer que retirou 22 milhões de pessoas da miséria. "O Brasil vira uma
página decisiva na longa história de exclusão social", disse Dilma
durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
No encontro com mulheres camponesas, Dilma elogia Lula
A erradicação da pobreza extrema foi uma das promessas de campanha da petista. "Não estamos dizendo que não haja mais brasileiros extremamente pobres. O que estamos garantindo é que o mais difícil já foi feito. Dito em outras palavras: por não termos abandonando o nosso povo, a miséria está nos abandonando", afirmou a presidente.
Acompanhada da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, Dilma assinou a Medida Provisória que garante complemento em dinheiro para 2,5 milhões de pessoas com renda per capita inferior a R$ 70 - patamar estabelecido para o enquadramento na faixa de extrema pobreza. O governo avalia que a complementação de renda, a ser paga a partir de março, representará um custo adicional de R$ 773 milhões só neste ano.
Dilma enfatizou que o modelo de desenvolvimento construído no Brasil desafia a "lógica simplista, o disse me disse da política pequena". O modelo, segundo ela, seria incompreendido pelos "conservadores". "É por isso que as correntes do pensamento conservador, aquelas mesmas correntes que quase empurram o mundo para o abismo da crise, insistem em não entender o Brasil e a originalidade do nosso modelo."
Ao final da cerimônia, Dilma chamou atenção para faixa com o slogan "O fim da miséria é só um começo", usada para enfeitar a cerimônia. A frase, de autoria do marqueteiro João Santana, faz parte das ações da presidente para cumprir a promessa de erradicar a pobreza extrema no País, provável tema de sua campanha à reeleição em 2014.
À tarde, Dilma participou do 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil, em Brasília. Dilma aproveitou o palanque para exaltar o ex-presidente Lula e fazer referência à própria vida pessoal, ao dizer que ser avó é "bom". Ao se dirigir ao público, formado na maioria por mulheres camponesas, Dilma reafirmou o compromisso de combate à violência contra a mulher brasileira e destacou a importância do apoio dos movimentos sociais à sua chegada à Presidência da República.
"Quando tomei posse como primeira mulher presidente, disse que um dos meus compromissos era honrar as mulheres. Porque honrar as mulheres do meu País é a forma que eu tenho de expressar que eu devo às mulheres camponesas, trabalhadoras, que eu devo às mulheres desse Brasil inteiro, eu devo a elas um fato simples e singelo: eu estou aqui não por um milagre. Eu não estou aqui porque ocasionalmente eu passei por aqui e aqui cheguei. Eu estou aqui porque milhões de brasileiras, de lideranças, milhões de mulheres que lutaram nesse País construíram a possibilidade de eu estar aqui. Eu estou aqui porque vocês estão aí."
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