O cantor deu entrevista no De Frente com Gabi e falou sobre quando foi preso pelos militares
 E quando a entrevistadora falou sobre o Regime Militar, um dos momentos
 mais terríveis da história do Brasil, o papo ficou polêmico.
 Amado contou que quando era jovem, entre 18 e 19 anos, trabalhava numa 
livraria e com este emprego conheceu e facilitou o acesso de alguns 
escritores, jornalistas e intelectuais aos livros proibidos na época, 
geralmente de filosofia, política, etc.
 Foi aí que quando os militares investigaram aqueles intelectuais acabam
 chegando até ele, e prenderam Amado Batista, que ainda não cantava. Levaram-no à uma cela e o torturaram, e Amado contou:
 “Me bateram muito. Me deram choques elétrico, e ainda um dia me colocaram com uma cobra”.
 O músico ainda conta que fizeram muitas torturas psicológicas e ameaçam de morte o tempo todo, disse ele:
 “Um dia me soltaram. Todo machucado. Fiquei tão atordoado que pensei em ser mendigo. Queria largar tudo. E virar andarilho”.
 Marília citou a atual Comissão da Verdade que está ouvindo as pessoas e
 investigando alguns acontecimentos da tortura militar, e fez-lhe uma 
pergunta: 
 “Você não tem vontade de encontrar os caras que fizeram isso contigo? Ir a fundo, limpar esse passado?"
 Amado causou surpresa em Gabí com sua resposta:
 “Não. Eu acho que eu mereci. Eu fiz coisas erradas, então eles me corrigiram, assim como uma mãe que corrige um filho”.
 Marília boquiaberta retrucou: “Que coisa errada você fez?”
 Amado prontamente disse: 
 “Eu acho que eu estava errado de estar 
contra o governo e ter acobertado pessoas que queriam tomar o país à 
força”, e acrescentou: “Fui torturado, mas merecia”.
 A repórter foi enfática: “Você passou para o lado de quem te torturou!”.
 O cantor tentou finalizar o assunto dizendo que era passado e que achou
 que os militares estavam certos, pois se eles não fizessem “aquilo” o 
Brasil poderia ter se tornado uma Cuba.
 Gabí disse que entendia a posição do músico, mas contou que Amado 
recebe uma indenização pela tortura no tempo da Ditadura Militar, 
oferecido pela Comissão de Direitos Humanos e da Lei de Anistia e quis 
saber o valor do salário mensal.
 Amado resistiu um pouco, mas depois respondeu: “Eu recebo um salário de
 R$1 mil e pouco, todo mês desde algum tempo”, finalizou ele.
 Marília lembrou-o que os militares também tomaram o poder à força e 
continuou a entrevista focando o papo em sua carreira e também em sua 
relação com os fãs.
 O Fuxico 
 | Foto: Divulgação/via Lucineide Medeiros
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