sábado, 5 de outubro de 2013

Maior cajueiro do mundo apresenta quantidade de fungos acima do normal

Por: Carolina Souza
Problema pode ter sido causado pela construção do caramanchão em Pirangi do Norte . Foto: Heracles Dantas
Problema pode ter sido causado pela construção do caramanchão em Pirangi do Norte . Foto: Heracles DantasMonumento natural com mais de 125 anos de existência, o maior cajueiro do mundo vem apresentando uma quantidade de fungos fora do comum, podendo vir a prejudicar suas folhas, flores e frutos e, consequentemente, seu tempo de vida. De acordo com o presidente da Associação dos Moradores de Pirangi do Norte (Amopin), Francisco Cardoso, o ocorrido foi observado durante um levantamento da equipe de biólogos e agrônomos responsáveis pelos cuidados à plantação.
Segundo avaliação dos profissionais, a presença do fungo em cajueiros é comum, mas a disseminação do patógeno causador da doença, antracnose, é de se preocupar. “Mesmo que esse fungo seja comum em plantações desse tipo, notamos a disseminação do problema entre as folhas do cajueiro em um tempo muito pequeno. Se não tomarmos medidas paliativas, poderemos colocar esse monumento em risco futuramente”, disse Cardoso, explicando que a doença pode ter se espalhado rapidamente na área do cajueiro por causa da poda realizada no final do ano passado para a construção do caramanchão.
“A estrutura construída foi uma medida emergencial para impedir que os galhos do cajueiro continuassem ocupando a avenida Márcio Marinho. No plano de ações que prevê o melhoramento do fluxo de carro no entorno do cajueiro está previsto a construção de outro caramanchão, para suspender os galhos que também invadiram a avenida São Sebastião. Entretanto, estamos avaliando que isso não poderá acontecer, pois irá matar o nosso cajueiro”, afirmou Francisco Cardoso.
A disseminação do fungo ocorre no início da época chuvosa e os cajueiros emitem folhas de crescimento vegetativo. A temperatura e umidade relativa do ar facilitam a penetração do fungo nas folhas, atingindo posteriormente flores e frutos. Porém, com o adensamento folhear gerado pelo caramanchão, houve uma diminuição na circulação de ar, aumento na temperatura, aumento na umidade, condicionando assim um ambiente super favorável para o alastramento do fungo.
“Os riscos são vários. Dependendo dos níveis que forem atacados, os fungos poderão gerar um enorme dano para o cajueiro. No momento a quantidade da antracnose está sendo controlada, mas, do ano passado para cá, a presença do fungo aumentou de 20% a 30%. Se chegar a 50% estaremos em risco”, avaliou o presidente da Amopin, que administra o espaço do cajueiro e dos lojistas.

Complexo Turístico do Cajueiro
A suspensão dos galhos do cajueiro faz parte do Plano de Ações de Proteção do Cajueiro de Pirangi, desenvolvido entre a Secretaria de Estado do Turismo (Setur), o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do RN (Idema), Associação dos Moradores de Pirangi do Norte (Amopin), o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RN (Emater), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).
A próxima etapa, que estava prevista para este ano, é o projeto para o Complexo Turístico do Cajueiro de Pirangi, proposta arquitetônica complementar ao projeto de proteção para requalificação da infraestrutura turística existente. O projeto do complexo apresenta conceitos de arquitetura ecológica e sustentável, como por exemplo, a utilização de fontes de energia natural. Em função da proximidade da Copa do Mundo, a nova estrutura só deverá ser construída em 2014, para que os comerciantes não sejam prejudicados com a vinda de turistas ao mundial de futebol.
O Complexo será dotado de salas para as lojinhas, memorial do cajueiro, unidades de contemplação e passarelas suspensas, permitindo um passeio completo por dentro do cajueiro. O cajueiro atualmente possui uma área de 8.500 m². Em época de safra, de novembro a janeiro, o cajueiro chega a produzir de 70 a 80 mil cajus, o equivalente a 2,5 toneladas.

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