Presidente da Câmara Federal seria caminho escolhido por cafetinas para levar prostituição para Congresso
O presidente da Câmara Federal, o deputado potiguar Henrique Eduardo
Alves, do PMDB, era o objetivo da modelo Luciane Lauzimar Hoepers,
famosa pelos ensaios sensuais e por ter sido presa na Operação Miqueias,
da Polícia Federal, envolvida em um escândalo que misturava
prostituição e política. Não por grandes líderes políticos, como é o
caso de Henrique. Luciane Hoepers queria usá-lo para conseguir
“clientes” no Congresso Nacional.
A informação está na revista Veja desta semana. Segundo a matéria,
assinada pelo jornalista Rodrigo Rangel e intitulada “Encontros
Marcados”, “nas escutas (feitas pela PF), duas cafetinas conversam sobre
Luciane Hoepers, uma ex-modelo que ganhou o noticiário recentemente ao
ser presa sob a acusação de integrar uma quadrilha que desviava dinheiro
de fundos públicos. Ela usava seu charme para convencer políticos a
aderir ao esquema. A conversa das cafetinas sugere que a ex-modelo era
parte de um plano ainda mais ousado. Segundo elas, Luciane tinha a
missão de tentar se aproximar do presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves”.
Segundo a reportagem, Luciane Hoepers deveria se esforçar para
conseguir um emprego no gabinete do parlamentar e “com isso, conseguir
um canal para facilitar os interesses da quadrilha no Congresso”. É
importante lembrar, inclusive, que Luciane Hoepers já tinha outros
contatos com parlamentares federais. Ela mesma teria afirmado ser
próxima de um parlamentar “fortíssimo” e que estava cotado até para
disputar um cargo de governador do Estado. Esse personagem, porém, não
teve o nome citado.
A revista Veja acrescentou que o plano, porém, “não chegou a ser
executado”. “Henrique Alves diz que nem sequer conheceu a ex-modelo.
Luciane, por sua vez, disse também desconhecer o plano. “Se tinham esse
plano, não falaram assim tão diretamente comigo”, teria dito segundo a
matéria.
FAMA E POLÍTICA
Luciane Hoepers era uma das armas da quadrilha acusada de desviar R$
50 milhões de fundos de pensão de servidores de prefeituras e governos
estaduais. Segundo a Polícia Federal (PF), o grupo usava mulheres
bonitas para se aproximar de prefeitos e gestores dos fundos e captar
recursos para a empresa Invista, que era operada pela quadrilha.
Acredita-se que o grupo tenha movimentado R$ 300 milhões.
Luciane teria ligações com o doleiro Fayed Antoine Traboulsi, um dos
líderes da associação criminosa revelada pela Operação Miqueias. No
relatório com gravações telefônicas feitas pelo grupo, a polícia
percebeu que Luciane tinha um papel muito ativo na organização, e que
mantinha vários contatos com políticos. Na lista de locais onde a moça
fazia contatos estão Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa
Catarina e São Paulo.
Luciane não trocava apenas telefonemas, ela chegava a viajar para
fechar os negócios. Em 30 de abril de 2013, em telefonema com Alline
Teixeira Olivier, outra integrante da associação criminosa, ela relata
que esteve em Tocantins e que ia para o Mato Grosso do Sul.
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