Repórter
O
programa federal Mais Médicos, lançado em julho do ano passado, tinha
como um de seus objetivos ampliar o número de equipes do Programa Saúde
da Família (PSF) nos estados brasileiros. No Rio Grande do Norte, a meta
era atingir 1.612 equipes de PSFs. Hoje, existem 960 grupos, o que
representa 59% da meta inicial. A expectativa é de que, até final do
ano, o Estado tenha 1.183 equipes consolidadas (73% do planejado).
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), as metas de
cobertura de assistência básica e formação de equipes de PSF não foram
atingidas porque apenas o envio de médicos não resolve a questão.
Para
criar equipes de PSF, as prefeituras precisam contratar outros
profissionais: enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários
de saúde em equipes básicas; dentistas, assistentes sociais e
psicólogos em grupos mais elaborados. Para isso, é necessário recursos
financeiros e decisão política que priorize a saúde. Quando o Mais
Médicos foi anunciado 101, dos 167 municípios potiguares, realizaram o
cadastro junto ao MS solicitando o envio de profissionais. A demanda
apresentada inicialmente foi de 286 médicos. Com novos cálculos e
redimensionamento da demanda, a meta foi fixada em 219 médicos. De
acordo com os dados apresentados pela coordenação da Sesap, existem, em
atividade, 162 médicos em 92 municípios. Os dados não levam em conta os
profissionais do 4º ciclo, encerrado na última quinta-feira e cujas
informações não foram confirmadas.
Segundo o MS, em nota enviada
à imprensa na última quinta-feira, o Rio Grande do Norte passa a ter –
com os profissionais do 5º ciclo, iniciado na semana passada – 100% da
demanda atendida pela iniciativa do Governo Federal. Para o Ministério,
há 197 médicos ligados ao programa atuando no Estado. A atuação desses
profissionais impacta, segundo o MS, na assistência de mais de 670 mil
pessoas. De acordo com o coordenador substituto da comissão estadual do
Mais Médicos, Hugo Mota, antes do programa iniciar – em setembro do ano
passado – o Estado tinha pouco mais de 70% da área coberta pela
assistência básica. Dados da Sesap revelam que, em janeiro deste ano, a
taxa de cobertura estava em 81%. “Um dos objetivos do programa Mais
Médicos é justamente estender essa cobertura para toda a área do Estado.
Não atingimos os 100%. Estamos compilando os últimos números, mas
acredito que, atualmente, a rede está atingindo cerca de 91% do
território”, explicou Mota.
Segundo a coordenação local do Mais
Médicos, ao final do 5º ciclo, 226 profissionais ligados ao programa no
Estado estarão atuando no RN. A coordenação do programa admite que há
dificuldades em acompanhar os dados, especialmente dos médicos
brasileiros. “Muitos pedem desligamento do programa e a informação não é
repassada pelo Município. Ficamos sabendo apenas depois. Estamos num
período onde há divulgação de resultados das provas de residência. É
possível que, daqui a dois meses, os dados estejam todos compilados e
mostrem o retrato fiel do programa”, disse Caroline Rebouças, integrante
da comissão do Mais Médicos da Sesap. Ela explicou ainda que os números
mudam constantemente porque muitos profissionais ligados ao Programa de
Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (Provab) acabam
migrando para o Mais Médicos.
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