Diego Hervani
diegohervani@gmail.com
“Sinceramente não sei o que está havendo. O Bope não está sendo
chamado para ações que são de responsabilidade nossa. Observando o
histórico de ocorrências do Batalhão, sempre logramos êxito. Desconheço o
motivo dessa situação atual. Na semana passada, por exemplo, houve um
sequestro em Parnamirim, onde uma vítima foi feita refém. No entanto,
não fomos acionado. No Decreto de Criação do Bope, consta que sequestro é
de responsabilidade das Operações Especiais. Então, precisamos saber o
que está acontecendo”, lamentou um oficial da unidade, que preferiu não
ser identificado.
A ocorrência que ele se refere aconteceu no último dia 8
(quinta-feira). Na ocasião, o acusado, que disse ser menor de idade,
assaltava uma mulher com uma faca, quando foi surpreendido por uma
guarnição da Polícia Militar, que passava pelo local. O criminoso,
então, fugiu e entrou em uma loja de eletrodomésticos localizada na rua
Getúlio Vargas, no bairro de Santos Reis, em Parnamirim. Lá, ele fez uma
mulher refém por mais de duas horas, mantendo sempre a faca apontada
para o pescoço da vítima.
De acordo com o coronel Francisco Araújo Silva, comandante geral da
Polícia Militar do Rio Grande do Norte, o Bope não foi chamado, pois a
situação ‘já estava controlada’. Ele também negou que o Batalhão esteja
sendo preterido nas operações de grande complexidade. “O Bope só entra
em ação quando se esgota todos os esforços da polícia da área. Nessa
ocorrência em Parnamirim, por exemplo, os oficiais do 3º BPM, que são
bastante capacitados, conseguiram contornar a situação. Tanto que, no
final, ninguém saiu ferido. Quando acontecer um sequestro mais grave, no
qual o refém esteja correndo grave risco, ou algum incidente com um
artefato explosivo, o Bope será chamado”, garantiu Araújo Silva.
Outra denúncia de preterição ao Bope, foi feita através do presidente
da Associação de Cabos e Soldados da PM do RN (ACSP-RN), Roberto
Campos. Ele afirma que, atualmente, o batalhão conta com apenas duas
viaturas, já que o restante está ‘encostada’ por falta de manutenção.
“Hoje, apenas duas viaturas estão funcionando no Bope, onde uma delas é
de uso exclusivo do comandante. Todas as outras estão inativas,
aguardando conserto. O problema é que ocorrer alguma grande operação
onde o Bope se faça necessário, não tem como levar o efetivo necessário.
Trata-se de uma situação lamentável e deplorável, já que o Bope é uma
tropa que precisa estar pronta a todo o momento para atender situações
mais graves”.
Diante disso, o comandante geral admitiu o problema, mas afirmou que
já está tomando as providências. “Temos viaturas quebradas não só no
Bope, mas em todos os outros batalhões. Porém, recentemente, fizemos a
aquisição de 150 viaturas e mais 60 motocicletas. Quando esse
equipamento chegar, o Bope e os outros batalhões serão contemplados.
Também entregamos diversos rádios de comunicação para as tropas,
inclusive rádios equipados com GPS”, lembrou Araújo, que não soube
precisar quando as viaturas e motocicletas serão entregues.
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