Em tempos de selfie e redes sociais, o eleitor tem de ficar atento às
regras da Justiça Eleitoral para o uso de celulares, smartphones e
tablets no dia do pleito. De acordo com a assessoria do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), enquanto estiver votando, o eleitor deve
deixar o aparelho em um móvel, próximo aos colaboradores responsáveis
pela seção eleitoral. Os mesários e o presidente de mesa estão
orientados a determinar que o eleitor deixe os equipamentos eletrônicos
que portar com o mesário.A legislação eleitoral proíbe o eleitor
de “portar aparelho de telefonia celular, máquinas fotográficas,
filmadoras, equipamento de radiocomunicação, ou qualquer instrumento que
possa comprometer o sigilo do voto”.
Ainda segundo a Justiça Eleitoral, o sigilo do voto também abrange
ambientes virtuais e redes sociais, ou seja, é proibido publicar imagens
ou fotos do voto e quem fizer isso pode sofrer sanções. Segundo o TSE,
não haverá revista de eleitores, mas as pessoas que desrespeitarem a
legislação estão sujeitas a até dois anos de detenção.
Para o
pesquisador de ciência e tecnologia do departamento de sociologia da
Universidade de Brasília (UnB) Marcello Barra, apesar do intenso
ativismo de eleitores nas redes sociais, quem busca burlar a legislação
presta um desserviço à nação. “A conquista do voto secreto é uma
garantia da democracia. Qualquer meio que burle esse direito é um
atentado à democracia”, resumiu.
Segundo ele, o caráter sigiloso
impede que as pessoas fiquem vulneráveis ao assédio para mudança de
voto. “A pessoa acha que está ajudando a militância, que está motivando
outros a votar, mas, na verdade, ela está prejudicando o voto. O sigilo é
uma garantia aos mais fracos”, completou.
Barra lembra que a
popularização dos smartphones trouxe um incremento no número de pessoas
que passaram a interagir na discussão política. Segundo o especialista, o
uso da internet tem modificado a forma como as pessoas entendem e
participam da vida política do país. “Eu venho acompanhando esse
processo há muitos anos. Esses instrumentos estão se tornando cada vez
mais importantes para a democracia. Cada um coloca a sua opinião de
maneira direta, é cada vez mais democrático”, ponderou.
Segundo o
TSE, caso os mesários flagrem algum eleitor fotografando o voto, a
orientação é que o episódio seja registrado em ata, identificando o
eleitor. Caberá ao juiz eleitoral comunicar o fato ao Ministério Público
Eleitoral para instauração de inquérito.
Com informações da Agência Brasil.
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