- ASSECOM/EMPARN
Os meteorologistas do Nordeste,
reunidos na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do
Norte (EMPARN), no Jiqui, em Parnamirim, após análise dos parâmetros
climáticos, concluíram hoje que na região ao Norte do Nordeste
brasileiro a previsão é que “predomine a condição de chuva de normal e
abaixo do normal da média histórica, com grande variabilidade temporal e
espacial para o período de março a maio no semiárido nordestino”. Com
relação à reserva hídrica dos reservatórios do Nordeste, considerando os
volumes atualmente disponíveis e “com um provável cenário de chuvas de
normal a abaixo da média histórica para os próximos três meses, sem
expectativas de recargas expressivas, é necessário a adoção de medidas
para prolongar o horizonte de disponibilidade hídrica para a região”.
A “II Reunião de Análise e Previsão
Climática para o Norte do Nordeste do Brasil foi iniciada ontem com os
meteorologistas de cada Estado fazendo uma exposição sobre o
comportamento das chuvas entre meados de janeiro a meados de fevereiro.
Para a previsão anunciada hoje, os especialistas lembram ainda “que como
poderão haver mudanças significativas referentes aos parâmetros
oceanos/atmosféricos durante as próximas semanas, principalmente nos
oceanos, é de extrema importância um monitoramento contínuo nessas
regiões que possam inserir algumas mudanças no atual prognóstico”.
A análise dos resultados dos modelos
oceânicos, que simulam o comportamento da temperatura da superfície dos
oceanos para os próximos meses, segundo os meteorologistas, mostra uma
tendência de aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, o
que poderia significar a formação do Fenômeno El Niño, situação essa que
poderia prejudicar a ocorrência de chuvas no semiárido Nordestino. No
entanto, devido ao comportamento apresentado nos últimos meses pelo
oceano Pacífico, que ora tem aquecido e ora resfriado, os
meteorologistas, de forma unânime, não levaram em consideração essa
tendência, entendendo que o oceano Pacífico irá, pelo menos nos próximos
dois meses, mostrar uma tendência de normalidade.
Afirmam ainda que, no caso do oceano
Atlântico, a tendência para os próximos meses é de uma situação do
Atlântico Sul levemente mais aquecido que o Atlântico Norte, o que
indica uma condição melhor na ocorrência de chuvas para aos meses de
março, abril de maio de 2015, quando comparada com a condição
apresentada no mês anterior. Por outro lado, os resultados dos modelos
numéricos de previsão de chuva para a região não foram levados em
consideração na análise dos meteorologistas, uma vez que esses modelos
utilizam uma condição prevendo o aquecimento do Oceano Pacífico, o que
não vem se confirmando nos últimos meses, prevalecendo, assim, a opinião
de que as condições sinóticas serão dominantes.
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