Vídeo e fotos da preparação para enterro foram divulgados em redes sociais.
Suspeitos são dois funcionários de clínica; terceiro envolvido é investigado.
 A Polícia Civil indiciou duas pessoas pelo vazamento de fotos e vídeos 
em redes sociais do momento em que o corpo do cantor Cristiano Araújo, 
que morreu em um acidente de carro
 na BR-153, em Goiás, era preparado para o sepultamento. De acordo com o
 delegado Eli José de Oliveira, do 4º Distrito Policial de Goiânia, elas
 vão responder pelo crime de vilipendiar cadáver (desrespeito ao corpo),
 com pena que vai de um a três anos de prisão.
"São os dois funcionários da Clínica Oeste, onde o corpo foi preparado. Além disso, uma terceira pessoa, que foi quem divulgou as imagens, também poderá ser indiciada pelo mesmo crime", disse Oliveira.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que os três envolvidos já haviam sido indiciados. Segundo o delegado, apenas os dois funcionários da clínica já respondem pelo crime. O terceiro ainda será ouvido e, de acordo com as investigações, ele também poderá ser indiciado. O texto foi corrigido às 10h31).
"São os dois funcionários da Clínica Oeste, onde o corpo foi preparado. Além disso, uma terceira pessoa, que foi quem divulgou as imagens, também poderá ser indiciada pelo mesmo crime", disse Oliveira.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que os três envolvidos já haviam sido indiciados. Segundo o delegado, apenas os dois funcionários da clínica já respondem pelo crime. O terceiro ainda será ouvido e, de acordo com as investigações, ele também poderá ser indiciado. O texto foi corrigido às 10h31).
 Segundo o delegado, os funcionários da clínica, os técnicos em 
tanatopraxia (procedimento de retirada dos fluídos do corpo para o 
enterro) Marco Antônio Ramos, de 41 anos, e Márcia Valéria dos Santos, 
de 39, já foram ouvidos e liberados. O terceiro envolvido ainda vai 
prestar depoimento. Ele é colega de Márcia em um curso de enfermagem e 
apontado como o responsável por divulgar as imagens.
 "A Márcia disse que o Marco só percebeu que ela estava gravando quando 
já estava no meio da filmagem, mas não a impediu. Depois, ela mandou 
esse vídeo para o colega, que estuda com ela, e foi ele quem postou nas 
redes sociais", explicou Oliveira.
 Em uma das fotos, o cantor aparece com hematomas no rosto e, na outra, 
ele está com o terno que vestia quando foi sepultado. Já o vídeo mostra o
 processo de preparação do corpo.
"Nos depoimentos tanto o Marco quanto a Márcia assumiram que sabiam do regimento interno da clínica em que trabalham que impede o registro de imagens dos cadáveres. Ela afirmou que já trabalhava no local há quatro anos e que o ato foi impensado. Por isso, a clínica não deve ser responsabilizada. A não ser que os familiares entrem com ação na Justiça", destacou o delegado.
"Nos depoimentos tanto o Marco quanto a Márcia assumiram que sabiam do regimento interno da clínica em que trabalham que impede o registro de imagens dos cadáveres. Ela afirmou que já trabalhava no local há quatro anos e que o ato foi impensado. Por isso, a clínica não deve ser responsabilizada. A não ser que os familiares entrem com ação na Justiça", destacou o delegado.
 Oliveira ressaltou que inquérito sobre o caso já está em fase final de 
conclusão. A sócia-proprietária da clínica, Laurinete Menezes Oliveira, 
também foi ouvida pelo delegado. "Ela ressaltou que todos os 
funcionários assinam o termo, que os responsabiliza pelos atos. Sendo 
assim, a clínica fica passível de uma ação cível, mas não criminal".
Na manhã desta sexta-feira (26), a assessoria de imprensa da Clínica Oeste confirmou ao G1 que os funcionários já foram demitidos.
Na manhã desta sexta-feira (26), a assessoria de imprensa da Clínica Oeste confirmou ao G1 que os funcionários já foram demitidos.
 Cristiano Araújo e a namorada, Allana Moraes,
morreram após acidente (Foto: Arquivo Pessoal)
morreram após acidente (Foto: Arquivo Pessoal)
Na quinta-feira, o diretor de comunicação do cantor Cristiano Araújo, Rafael Vannucci, disse que os advogados que cuidavam da carreira do artista irão analisar o vazamento nas redes sociais de fotos e vídeo feitos durante a preparação do corpo para o velório e o sepultamento. Ele explicou que ainda não viu as imagens, mas que já ouviu comentários sobre o caso.
 "O escritório do Cristiano Araújo, o CA Produções Artísticas, vai 
analisar os fatos e zelar pela imagem dele mesmo após a sua morte. Vamos
 tentar agir da melhor forma possível, mas a decisão de fazer qualquer 
coisa é da família", explicou.
 Instituto Médico Legal
Ao G1, o médico legista Peterson Freitas Moreira, diretor clínico do Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, disse que os registros não foram feitos dentro do órgão. Ele, inclusive, disse estar "indignado" com a situação.
Ao G1, o médico legista Peterson Freitas Moreira, diretor clínico do Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, disse que os registros não foram feitos dentro do órgão. Ele, inclusive, disse estar "indignado" com a situação.
 "Isso é um absurdo. Ficamos sabendo do vazamento há poucas horas. O 
vídeo não foi feito aqui. Os dois funcionários que aparecem não 
trabalham no IML. Além disso, no caso das fotos, não somos nós quem 
vestimos os corpos", enfatizou.
 O médico explicou ainda que, no caso do sertanejo, foi necessário 
analisar o corpo, mas nenhum órgão foi retirado. Ele revela que 
participou da necropsia de Cristiano com mais dois profissionais e que 
nenhum estava com celulares. Além disso, um policial fazia a segurança 
da sala.
 Segundo Peterson, em alguns casos, é preciso fotografar o corpo como 
forma de comprovar laudos e documentos. Porém, isso é feito de forma 
profissional e somente para interesse do IML. "Se um servidor age desta 
forma, ele tem que responder um processo administrativo, podendo até ser
 expulso do órgão", informa.
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração 
Penitenciária já havia informado que a Polícia Civil já concluiu que as 
imagens não foram feitas no IML e aponta que o local onde o vídeo foi 
feito pode ser a sala de um estabelecimento de preparação de corpos para
 velório e sepultamento.Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) destacou que repudia a divulgação das imagens do corpo do cantor e que a clínica está regularmente inscrita no órgão. “Vamos apurar a divulgação das imagens nas redes sociais. Esclarecemos que a gravação do preparo do corpo só é permitida se necessária para registro interno e técnico deste ato médico. Ressaltamos que a divulgação do procedimento pode configurar infração ético-profissional”.
FONTE-
Fernanda Borges e Vanessa Martins
                                
                                
                                    
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