Novas partes da carta escrita por Guilherme Wanderley Lopes da Silva
foram divulgadas. Agora ex-servidor do Ministério Público, Silva
disparou e alvejou com uma arma de fogo o promotor Wendell Beethoven e o
procurador-geral de Justiça adjunto, Jovino Pereira, além de ter
atentado contra a vida de Rinaldo Reis, procurador-geral da Justiça. Nos
trechos inéditos, Wanderley admite que adquiriu a arma usada no crime
ilegalmente, celebrando o fato e chegando a agradecer ao “bandido” que a
vendeu.
“Depois não venham dizer que o povo de bem deve ser
desarmado, quanta hipocrisia! Pensei até nisso ao escolher a arma
proibida. A arma tinha que ser ilegal e por ironia do destino, até
agradeço ao bandido que me vendeu e confiou em mim. Pelo menos fiz bom
uso do artefato e o bandido, sem saber, também fez algo bom”, afirma na
carta.
Dentre outros pontos destacados no texto, Wanderley garante
que ouviu diversos colegas de trabalho sobre reivindicações de
melhorias, que incluem redução da jornada de trabalho para seis horas
diárias corridas (30 horas semanais), direito para voto na escolha do
Procurador-Geral, direito à substituição nas férias e aumento salarial. O
salário também voltou à tona em trecho que o autor do atentado se
queixa de passar crise financeira após ser roubado pelos gestores. “Não
tinha mais como sustentar minha família sem fazer fortes, sem sair da
minha casa. Cuidem bem da minha inocente família”, escreveu.
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