Entre os argumentos utilizados pelo Ministério Público Federal (MPF)
para pedir à Justiça a prisão do ex-ministro Henrique Eduardo Alves
(PMDB), que foi detido pela Polícia Federal nesta terça-feira 6 durante a
operação Manus, está a suspeita de compra de votos e apoios políticos
durante a campanha do peemedebista ao Governo do Estado na campanha de
2014.
Os agentes do MPF relatam que, durante o cumprimento do
mandado de busca e apreensão no apartamento de Henrique em Natal em
dezembro de 2015, na operação Catilinárias, foi encontrada uma planilha
que retrata a distribuição de valores a “lideranças” durante aquele
pleito.
No pedido de prisão preventiva contra Henrique, os
procuradores Rodrigo Telles de Souza e Fernando Rocha de Andrade, que
assinaram o texto, afirmam ainda que, após a apreensão da planilha, as
informações do documento foram compartilhadas com a Procuradoria-Geral
da República, o que alimenta a suspeita de que, entre os beneficiários,
estão políticos com foro privilegiado.
O Ministério Público
Federal ressalta, ainda, que a prestação de contas eleitoral da campanha
de 2014 de Henrique Eduardo Alves ao Governo do Estado foi reprovada
pelo Tribunal Regional Eleitoral. Após um recurso no Tribunal Superior
Eleitoral é que as contas do candidato foram aprovadas, embora com
ressalvas.
Os investigadores sugerem que, caso a Justiça Eleitoral
tivesse conhecimento dos elementos que motivaram as ações contra
Henrique Alves atualmente, o resultado poderia ser diferente. “A Justiça
Eleitoral não teve conhecimento dos elementos que instruem a presente
investigação, realizando uma análise superficial e predominantemente
formal do caso”, relatam os procuradores.
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