A apresentação das potencialidades do projeto de pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) denominado Aquaponia
foi um dos destaques do Seminário Motores do Desenvolvimento na manhã
desta segunda-feira, 30, no auditório da Fiern, em Natal. A exposição
foi conduzida pela coordenadora do Departamento de Engenharia de
Aquicultura e chefe do Laboratório de Produção de Organismos Aquáticos,
Virgínia Cavalari, em um evento que teve como tema os Impactos da Crise
Hídrica no RN.
“Temos uma unidade funcionando na cidade de Currais
Novos alicerçada sob esses moldes e que apresenta uma economia de 80% a
90% em relação ao sistema de agricultura tradicional. Tomando a terra
como o local de sustentação da vegetação, esta será abastecida por
nutrientes produzidos por peixes e camarões. Em seguida à retirada dos
nutrientes pelas raízes, a água é assim purificada e retorna, por
gravidade, para os tanques onde são produzidos os peixes e camarões. Ao
final de um ciclo, uma pequena unidade produz mais de 50 kg de peixe,
com um investimento aproximado de dois mil reais”, colocou Virgínia
Cavalleri.
Presente ao evento, a reitora da UFRN, Ângela Maria
Paiva Cruz, considera a seca o maior desastre perene natural do Brasil e
que acabou por estar normalizada na vida dos nordestinos. “O tema dos
recursos hídricos remete de imediato à qualidade de vida. Sem água,
comprometemos nossa existência. Sem abastecimento de água potável, sem
água para irrigação e para a pecuária, em um efeito dominó, atingimos a
economia, o sistema de educação e de saúde e, por conseguinte, afeta o
desenvolvimento. Interpreto inclusive que, apesar do reconhecimento da
predominância do clima tropical semiárido no Nordeste, a
sustentabilidade dos Recursos Hídricos não tem sido priorizada nas
políticas públicas há muitas décadas”, analisou a reitora da UFRN,
Ângela Maria Paiva Cruz.
A reitora citou que a UFRN trabalha o
tema do semiárido e dos recursos hídricos em atividades de ensino,
pesquisa, extensão, empreendedorismo e inovação nas diversas áreas
acadêmicas: humanas, sociais aplicadas, saúde, exatas e tecnológicas.
Ela relatou exemplos. “Em 2016, por exemplo, a Nuteq, empresa Júnior do
curso de Engenharia Química, foi uma das três finalistas, entre mais de
300 empresas juniores convocadas, em um prêmio nacional apresentando um
projeto para resolver o problema de falta d’água no Brasil. Neste ano, a
Pró-Reitoria de Extensão e a de Pesquisa lançaram edital conjunto para
apoio à realização de projetos voltados à gestão sustentável de água e
energia no RN, que resultou em 14 propostas a serem financiadas pela
UFRN, a maioria com foco na região do semiárido potiguar.”
Esta
foi a 32º edição do Seminário Motores do Desenvolvimento, em uma
organização conjunta do jornal Tribuna do Norte, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), Ministério Público do Rio Grande do Norte
(MPRN), Sistema Fecomércio/RN e Sistema Fiern.
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