A
Polícia Civil vai indiciar 16 homens que já cumprem pena na
Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, mais conhecida como Pavilhão 5
de Alcaçuz, pelas mortes de quatro presos,
cujos corpos foram encontrados na manhã neste domingo (19), dentro da
unidade. Segundo o delegado Marcelo Aranha, da Delegacia de Nísia
Floresta, na Grande Natal, apenas dois suspeitos negaram o crime.
Os
dois que não confessaram participação disseram ao delegado de plantão
neste domingo, Elói Xavier, que estavam dormindo no momento dos crimes.
"Agora, o caso será enviado ao Poder Judiciário para prosseguimento do
caso e futuro julgamento dos acusados", disse Marcelo Aranha.
Ainda
de acordo com o delegado, as vítimas eram da facção criminosa PCC,
antes de se filiarem ao Sindicato Crime. Porém, os companheiros da nova
facação acreditavam que eles estavam repassando informações ao PCC.
Entre os indiciados, está um homem que foi condenado pela morte de dois estrangeiros no Rio Grande do Norte. O croata Ante Stanic, de 57 anos, e o sueco Faik Mekic, de 78 anos,
foram encontrados mortos no dia 8 de março de 2014, em uma casa na
praia de Jenipabu, em Extremoz, região metropolitana de Natal.
Os
quatro presos mortos foram identificados pela Secretaria de Justiça e
Cidadania como Iuri Yorran Dantas Azevedo, de 24 anos, Rodrigo Alexandre
Farias Araujo, de 26, Thiago Lucas Oliveira Silva, 24 e Ytalo Nunes de
Sousa, 25.
"As
facções criminosas não se comunicam mais com o exterior da cadeia, o
que tem provocado brigas internas", afirmou a Sejuc, em nota.
De
acordo com o sistema da Justiça Estadual, Iuri Yorran cumpria pena de
10 anos e 8 meses por roubo majorado. Ytalo Nunes de Sousa pagava pena
de 18 anos por roubo majorado e furto qualificado. Já Rodrigo Alexandre
Farias de Araújo cumpria 16 anos de reclusão por tráfico de drogas,
associação para o tráfico e crime de receptação dolosa, em concurso
material e Thiago Lucas foi preso por homicídio.
Alcaçuz
A
Penitenciária Estadual de Alcaçuz foi palco de um massacre em janeiro
de 2017 que deixou 26 mortos. Foram 14 dias seguidos de rebelião que
deixou a unidade prisional praticamente destruída. Segundo relatórios do
meio.
Após
a retomada do controle, o governo do estado dividiu a penitenciária ao
meio. Um muro de concreto foi erguido separando as facções rivais. De um
lado, ficaram os pavilhões 1, 2 e 3, com os presos do 'Sindicato'. Do
outro, o pavilhão 4 e o Presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido
como pavilhão 5, com os do PCC. Só então deu-se início à obra de reforma
da penitenciária.
Atualmente
os presos ocupam os pavilhões 1, 2 e 3 da Penitenciária de Alcaçuz, e o
Rogério Coutinho Madruga. Juntas, as duas unidades abrigam mais de
2.600 presos. Palco da matança, o Pavilhão 4 é o único que não foi
reformado e permanece desativado.
G1/RN
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