terça-feira, 21 de agosto de 2018

Pânico da perda do foro privilegiado domina o clima entre candidatos à reeleição no legislativo


O fosso entre a realidade da rejeição à classe política associada ao golpe e o processo eleitoral ipsis litteris fica evidenciado com o volume de candidatos à reeleição no legislativo: três em cada quatro parlamentares tentarão se reeleger à despeito da repulsa generalizada que as pesquisas de opinião têm identificado com relação a esses políticos nas aferições eleitorais. Do ponto de vista do volume de candidatos à reeleição, o risco de não se ter uma renovação no Congresso é grande.
Matéria no jornal Folha de S. Paulo aponta que "mesmo com o desgaste na imagem do establishment político, cresceu o total de candidaturas a um novo mandato. Em relação a 2014, o total de deputados que tenta a reeleição passou de 387 para 407, aumento de 5,2%."
A reportagem prossegue "a alta foi ainda maior entre os senadores que pretendem continuar no cargo. Em 2010, quando dois terços das vagas foram renovadas, 29 disputaram contra atuais 32, uma elevação de 10,3%. Os dados das disputas passadas foram compilados pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar)."
Esse conjunto de dados significa que a tentativa de reeleição está inflacionada, possivelmente em função do medo de muitos parlamentares perderem o foro privilegiado, em meio à desorganização generalizada que tomou conta dos três poderes depois do golpe. Modelos de financiamento também modificados depois de votações acirradas no próprio Congresso, assustam a classe mal acostumada de políticos que tinha como hábito lavar dinheiro empresarial durante as campanhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário