O helicóptero que transportava o
jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, sofreu uma pane mecânica antes
de cair na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, apontam informações
preliminares da Polícia Civil. O inquérito policial não deve
responsabilizar criminalmente nenhum dos envolvidos. O piloto Ronaldo
Quattrucci, de 56 anos, também morreu no acidente.
A queda aconteceu na última segunda-feira, 11. "Houve uma pane mecânica.
Quer dizer, não há de se falar que o cara ia por um remold lá no motor
ou sei lá onde, montar na aeronave e subir", afirmou ao Estado o
delegado Luiz Roberto Hellmeister, responsável pelo inquérito na Polícia
Civil. Os investigadores aguardam laudos para confirmar as
circunstâncias do acidente.
Quattrucci era sócio majoritário da empresa RQ Serviços Aéreos
Especializados, com sede em São Paulo. "Ele era dono da aeronave e único
piloto da empresa. Ficou comprovado por profissionais da área que ele
fez todo procedimento de pouso de emergência", disse Hellmeister.
Para
o delegado, as investigações, até o momento, apontam para possível
responsabilidade administrativa - e não criminal - de pessoas vinculadas
à empresa. Dois dias após a tragédia, a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) suspendeu a RQ Serviços Aéreos por haver "indícios" que ela
prestava serviços de táxi-aéreo sem autorização.
A versão foi
confirmada à Polícia Civil nesta sexta-feira, 15, pelo filho e sócio do
piloto, o nutricionista Rodrigo Quattrucci, de 23 anos, detentor de
menos de 2% das ações da RQ Serviços Aéreos. Segundo as investigações,
ele só teria ido quatro vezes na empresa desde a fundação, em março de
2004.
Na delegacia, ele informou que a aeronave não tinha seguro.
Havia apenas seguro para os tripulantes, que teria sido posto à
disposição de familiares das vítimas e do motorista do caminhão em que o
helicóptero colidiu.
Boechat morreu por politraumatismo
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Boechat morreu em decorrência de politraumatismo provocado pela queda do helicóptero.
De acordo com o documento, o jornalista sofreu traumatismos torácico e
abdominal, "caracterizando politraumatismo, com carbonização
secundária".
O exame não apontou indícios de que Boechat inspirou fuligem ou
fumaça antes de morrer. "(Foi detectada) uma concentração abaixo de 10%
de carboxihemoglobina (intoxicação por monóxido de carbono) no sangue, o
que indica que a vítima já se encontrava em óbito antes da exposição ao
gás", afirma o laudo. O corpo do jornalista foi reconhecido pela arcada
dentária.
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