Ex-presidente critica o ministro Sérgio Moro e
o procurador Deltan Dallagnol; é primeira entrevista que o petista
concede desde que foi preso em abril do ano passado.
Ex-presidente Lula durante entrevista aos jornais Folha de S.Paulo e El País na sede da PF em Curitiba
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista
aos jornais Folha de S.Paulo e El País, concedida nesta sexta-feira, 26,
e publicada há pouco nos sites das duas publicações, que o Brasil
precisa fazer uma autocrítica e tem sido governado “por um banco de
maluco”. Ele agradeceu ainda a solidariedade do vice-presidente Hamilton
Mourão quando da morte do neto dele, Artur.
Esta é a primeira entrevista que o ex-presidente concede depois da
prisão, em 7 de abril do ano passado. “Vamos fazer uma autocrítica geral
neste País. O que não pode é este País estar governado por esse bando
de maluco que governa o País. O País não merece isso, e sobretudo o povo
não merece isso”, disse o ex-presidente.
Aos jornalistas, Lula afirmou que era “grato” a Mourão “pelo que ele
fez na morte do meu neto”. O ex-presidente disse que, se sair da prisão,
quer “conversar com os militares” para entender o ódio ao PT.
O petista criticou ainda o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Para
ele, o ex-juiz, que o condenou à prisão, “não sobrevive na política”.
“Eu tenho certeza de que durmo todo dia com a minha consciência
tranquila. E tenho certeza de que o (Deltan) Dallagnol não dorme, que o
Moro não dorme.”
Segundo o relato do jornal, os jornalistas, fotógrafos e
cinegrafistas tiveram de ficar a quatro metros do ex-presidente. Lula
respondeu às perguntas diante de uma mesa, da qual os entrevistadores
não podiam se aproximar. A Polícia Federal informou aos presentes que a
medida era o cumprimento de um protocolo de segurança comum a todos os
presos.
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