Mais 11 detentos apontados como lideranças do Primeiro Comando da
Capital (PCC) no Ceará foram transferidos para o presídio federal de
Mossoró. Com essas novas transferências, este ano, Mossoró já recebeu 46
presos do Ceará ligados à facção. Ao todo, incluindo com os que vieram
de São Paulo, em 2019 o presídio de Mossoró já recebeu 54 detentos
lideranças da facção.
Os que chegaram na madrugada do sábado (25) fazem parte de um grupo
de 33 presos cujos advogados entraram com ação no Tribunal de Justiça do
Ceará (TJCE) denunciando tortura e pedindo providências. As informações
sobre a transferência deles são do jornal Diário do Nordeste, de
Fortaleza.
Foram transferidos Erivando Paulino de Sousa, Francisco Arielson de
Sousa, Francisco Eudes Martins da Costa, João Wanderson dos Santos
Sousa, José Fabiano Nunes de Alencar, Leandro de Sousa Teixeira,
Leonardo Santos Bezerra, Manoel Giliarde da Silva, Marcílio Alves
Feitosa, Marco Aurélio Flávio e Paulo César da Costa Souza.
As transferências foram pedidas pelo Grupo de Atuação Especial de
Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do
Ceará (MPCE). O pedido inicial incluía 21 nomes e o destino seria
a Penitenciária Federal em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A Justiça,
entretanto, só deferiu o pedido para 11, e decidiu que eles deveriam ir
para a penitenciária de Mossoró até a “adoção de providências pelo
Departamento Penitenciário Nacional”.
A ida emergencial para Campo Grande deve ocorrer no prazo máximo de
60 dias. A transferência foi feita sem comunicação prévia aos
familiares. Eles só souberam da transferência quando chegaram ao Centro
de Detenção Provisória (CDP) de Itaitinga. Lá, foram informados pelos
agentes penitenciários que seus parentes tinham sido transferidos para a
penitenciária de Mossoró, que fica a cerca de 250 Km de Fortaleza.
De acordo com a reportagem do Diário do Nordeste, a Secretaria da
Administração Penitenciária (SAP) não emitiu posicionamento sobre o
assunto. Atualmente, a SAP tem à frente o ex-secretário de Justiça do
Rio Grande do Norte, Luís Mauro Albuquerque. Quando ele iniciou o
trabalho no Ceará, houve uma onda de violência e ataques por parte de
facções. Tudo teria começado após ele dar uma declaração: “Eu não
reconheço facção. O Estado não deve reconhecer facção. A lei não
reconhece facção”.
Transferidos respondem por homicídios e tráfico de drogas
Os presidiários transferidos agora para Mossoró, em geral, respondem
por crimes como homicídio, latrocínio, tráfico de drogas, lavagem de
dinheiro, roubo e receptação. É o caso de Leandro de Sousa Teixeira. De
acordo com informações da imprensa cearense, ele criou uma espécie de
‘filial’ do PCC na cidade de Caucaia, na região metropolitana de
Fortaleza. Ele foi preso na operação “Saratoga”, em em dezembro de 2017.
A ação foi deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) para
desarticular esquema de liberação de suspeitos presos que contava com a
participação de um delegado, que foi detido. Leandro Teixeira também é
condenado por homicídio duplamente qualificado.
Ele foi sentenciado a 14 anos em fevereiro deste ano por matar
Aleg-Sandro Gomes de Sousa, por ciúmes. O preso acreditava que a vítima
teria um caso com sua namorado, o que ficou provado não ser verdade.
Outro preso transferido é Marcílio Alves Feitosa, conhecido como
“Tranca”. Ele é considerado chefe de um braço do PCC especializado no
tráfico internacional de drogas. Ele foi preso durante cerco feito pelas
polícias Militar e Federal, em julho de 2012, quando tentava realizar o
transporte de uma carga de cocaína.
Com informações do OP9
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