Presidente da OAB no Rio Grande do Norte, Aldo Medeiros
O presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no
Rio Grande do Norte, Aldo Medeiros, defende o afastamento temporário do
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do coordenador da
força–tarefa da Lava Jato, o procurador federal Deltan Dallagnol, e dos
demais envolvidos nas conversas publicadas no último domingo, 9, pelo
site The Intercept Brasil, até que sejam feitas e concluídas as
investigações sobre o caso.
O posicionamento da OAB potiguar segue o ordenamento nacional da
instituição, que, na última segunda-feira, 10, publicou uma carta
pedindo uma “investigação plena, imparcial e isenta”, apontando ainda
que caso confi gura uma “possível relação de promiscuidade” na condução
de ações penais no âmbito da Lava-Jato.
“Ficamos surpresos com a aproximação entre o Ministério Público
[Federal do Paraná, coordenador da Lava Jato] e o julgador [o ex-juiz e
atual ministro da Justiça, Sérgio Moro]”, pontuou Aldo Medeiros, em
entrevista ao Jornal Agora, da rádio Agora FM (97,9 FM).
Segundo Aldo Medeiros, as informações transcritas pelo site The
Intercept Brasil mostram que o então juiz Sérgio Moro mantinha uma
relação conflituosa com os procuradores da operação Lava Jato. “Um dos
exercícios mais praticados pelos advogados tem sido o de imaginar qual
seria o resultado se a Procuradoria tomasse conhecimento da relação
próxima entre um julgador e um advogado. No mínimo, pediria a prisão do
advogado”, avaliou.
Além disso, o presidente da OAB potiguar recriminou o fato de que
Sérgio Moro, enquanto magistrado, de acordo com as denúncias publicadas
na imprensa, ultrapassou os “limites” da atuação como operador da
justiça.
“Não podemos admitir que o julgador, seja ele qual for, mesmo com
todo o serviço prestado ao país, misture a situação a ponto de orientar a
qualquer uma das partes, seja a defesa ou a acusação. E, pelo que tem
sido divulgado, parece que houve uma grave irregularidade”, reforçou o
advogado Aldo Medeiros.
*Com informações de José Aldenir / Agora RN
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