A
possibilidade de atrasos de pagamentos de salários dos servidores
públicos municipais não está descartada no segundo semestre, admite o
presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn),
Leonardo Cassimiro de Araújo Júnior. “Atualmente há casos pontuais de
atrasos, por causa de problemas mais profundos, como de previdências
próprias que ficaram de gestões anteriores”, disse ele. Mas, a partir de
agosto, a tendência é aumentar a quantidade de prefeituras que não terá
recursos suficientes para cumprir em dia os compromissos com a folha de
pessoal.
“Naldinho”,
como é chamado o presidente da Femurn, disse ser essa uma preocupação,
em virtude de que entre agosto e outubro, historicamente, ocorre uma
queda no valor dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM). Neste período, geralmente, há uma diminuição das receitas com
Imposto de Renda, que ao lado do IPI, forma o bolo dos recursos do
Fundo de Participação.
Ele disse
que conversou, inclusive, a respeito disso com a governadora Fátima
Bezerra (PT), porque o governo tem três folhas em atraso referentes aos
meses de novembro e dezembro e do 13º salário de 2018, e o Estado
também deve enfrentar queda de receitas do Fundo de Participação.
A
preocupação com a folha de pessoal é uma constante para os municípios. O
Tribunal de Contas do Estado (TCE) já começou a emitir termos de alerta
de responsabilidade fiscal para os 91 municípios (54,5%) dos 167
municípios do Rio Grande do Norte, que no segundo bimestre do ano,
ultrapassaram o limite de alerta com gasto de pessoal. O caso
emblemático é o de Pureza, que comprometeu 92,4% de sua receita
corrente líquida com o pagamento de salários.
Segundo
“Naldinho”, pelo menos em julho os municípios receberam 1% de recursos
extras de FPM, e mesmo assim, 44 municípios tiveram saldo zero no
repasse da primeira cota, dia 10, Lamentavelmente, diz ele, “é onde a
corda quebra,, do lado mais fraco, principalmente dos municípios que
sobrevivem exclusivamente do Fundo de Participação”.
O
presidente da Femurn diz que os municípios só passam a contar com 1% de
recursos extras em dezembro, justamente como ajuda para complementação
da folha do 13º salário.
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