O Hospital Giselda Trigueiro informou que tem faltado soro antiveneno e
antirrábico nos hospitais potiguares que dispõem de estoque. A
quantidade começou a diminuir drasticamente há cerca de três meses.
O Giselda
Trigueiro, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas,
toxicológicas e de ataques por animais peçonhentos, é a única unidade de
Natal, e uma das quatro do estado que ainda possui um pequeno estoque
de soro antiveneno. Os estoques de soro antirrábico, porém, acabaram
totalmente e seu tratamento alternativo, a imunoglobulina, também já
está no fim.
A
subcoordenadora de vigilância ambiental da Secretaria Municipal de Saúde
Pública (Sesap), Aline Rocha, informou que a situação no abastecimento
do estado está em estado crítico. Em relação ao soro antiveneno,
utilizado para lidar com o ataque de animais peçonhentos, como cobras,
aranhas ou escorpiões, não existe um tratamento alternativo.
A
subcoordenadora contou que na terça-feira, 2, um quantitativo suficiente
para o atendimento de cerca de 20 a 25 casos graves foi recebido. Mas a
quantidade ainda não é suficiente para atender às demandas do estado.
Aline
esclareceu que essa situação já vem se arrastando por alguns meses, e
que a Sesap vem recendo do Ministério da Saúde, órgão responsável pela
distribuição dos soros, apenas um terço do que lhe é solicitado.
Outro
ponto crítico é o abastecimento do soro antirrábico, que neste momento
está zerado. Aline explica que o atendimento para quem contrai o vírus
da raiva consiste em soro e quatro doses de vacina.
Na falta
do soro, a imunoglobulina é utilizada para tratar as contaminações.
Entretanto, a quantidade de imunoglobulina também está limitada. Hoje,
ela é suficiente somente para dez atendimentos em adultos.
Conforme
justifica a subcoordenadora, o problema é nacional. Segundo ela, o
Ministério da Saúde está com dificuldades para fazer a distribuição, já
que o seu próprio estoque é pequeno.
A Sesap
está tomando algumas providências com relação à situação: sensibilização
da população quanto à prevenção, criação de um protocolo mais rigoroso
de atendimento e diminuição na quantidade de hospitais que possuem os
soros – hoje, além do Hospital Giselda Trigueiro, os Hospitais Regionais
de Caicó, Pau dos Ferros e Mossoró são as outras unidades que possuem o
medicamento.
Diante da
falta de soros, a Sesap apela para o foco na prevenção. “Não fazer
trilhas; trabalhadores rurais devem estar sempre com o equipamento de
proteção, evitar manusear animais de rua”, enumera Aline Rocha.
Em 2018
foram contabilizados 3.234 casos de ataque de animais peçonhentos no
Hospital Giselda Trigueiro. Em média, o hospital atende 300 casos de
pacientes com risco de raiva por mês.
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