A deputada Maria do Rosário (PT-RS) foi atacada verbalmente enquanto
gravava um vídeo em frente a placa destruída na exposição sobre racismo.
A petista exaltava a decisão da Câmara de recolocar o material
arrancado, na terça-feira, por um deputado do PSL. A agressora,
inicialmente, ironizou a parlamentar e, em seguida, a chamou de
“vagabunda”.
“Não há lugar seguro para se trabalhar na Câmara. A verdade é que
estamos sendo constantemente violentados politicamente. Esse grupo que
entrou aqui aqui transformaram este lugar em um ambiente que não é
possível fazer esse trabalho. Hoje eu tive os cinco vezes de ataques
públicos dentro da casa. É uma violência política”, afirmou a deputada.
A agressora foi identificada pela polícia como sendo Tamires de Souza
de Costa que mantém canais nas redes sociais onde defende o governo
Bolsonaro, ataca a “doutrinação” nas escolas e, principalmente,
políticos ligados a partidos de esquerda.
De acordo com o boletim de ocorrência, a deputada estava gravando um
vídeo quando foi ofendida por Tamires. A deputada reagiu a agressão
chamando um segurança para identificar e retirar a ativista.
O deputado do PSL, Daniel Silveira (RJ), chegou ao local e tentou
retirar a agressora, mas Rosário não permitiu e chamou a Polícia
Legislativa. Silveira ficou conhecido nas eleições do ano passado ao
rasgar uma placa em homenagem a vereadora Marielle Franco, morta
assassinada no ano passado.
A Polícia Legislativa da Câmara afirmou que Tamires está proibida de
entrar no Congresso Nacional e que um inquérito criminal por injúria foi
aberto.
Cartaz
No início da noite da quarta-feira, o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu recolocar o cartaz que integra a
exposição contra racismo realizada na Casa. A charge mostra um homem
negro, algemado com a camisa do Brasil. Ao fundo, um policial militar
armado.
Ao lado da imagem, foi colocada uma mensagem afirmando que “a bancada
negra sabe que essa charge não representa toda a corporação e respeita
os policiais que não corroboram para essas estatísticas e trabalham em
prol do povo brasileiro”. O texto é parte do acordo entre os dois grupos
para a volta da charge.
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