Foto: Alberto Perdigão/Governo do Ceará
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) instalou nesta terça-feira (5) uma sala de
situação para elaborar um plano de resposta aos impactos que o vazamento
de óleo em praias do Nordeste pode ter na saúde da população. O plano
deve ser preparado em, no máximo, 30 dias, mas a Fiocruz vai atuar antes
disso no treinamento em larga escala de profissionais do Sistema Único
de Saúde (SUS) e na preparação de material de orientação à população
dessas localidades.
Praias no nordeste estão impróprias para banho devido a manchas de óleo
Para chegar a profissionais das cidades atingidas, a Fiocruz deve lançar mão tanto de cursos a distância no Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) quanto de cursos presenciais nos locais. Já para orientar moradores, está em discussão inclusive a criação de manuais, cartilhas e vídeos explicativos.
Para chegar a profissionais das cidades atingidas, a Fiocruz deve lançar mão tanto de cursos a distância no Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) quanto de cursos presenciais nos locais. Já para orientar moradores, está em discussão inclusive a criação de manuais, cartilhas e vídeos explicativos.
“Temos capacidade de fazer um trabalho de larga escala e no curto
prazo”, disse Guilherme Franco, assessor da Vice-Presidência de
Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz. Ele lembrou que a
fundação já vinha participando de modo informal da resposta ao
vazamento, dando orientação a voluntários e apoiando ações de
vigilância. “Há muitas dimensões [em] que a Fiocruz pode atuar.”
No último dia 29, a Fiocruz foi formalmente convidada pelo
Ministério da Saúde a elaborar um plano de ação que incluirá o
desenvolvimento de pesquisas sobre o desastre ambiental e o
acompanhamento de longo e médio prazos sobre possíveis consequências do
desastre para a saúde.
Ao longo desta terça feira, quase 100 especialistas de ao menos cinco
unidades da Fiocruz estiveram reunidos por videoconferência para
discutir o tema. Além da sede, no Rio de Janeiro, participaram
pesquisadores das regionais da fundação na Bahia, no Ceará, em
Pernambuco e no Piauí.
Os pesquisadores se preocupam com intoxicações agudas pela
exposição ao óleo e também com os efeitos que o contato com os
hidrocarbonetos podem produzir no longo prazo. Segundo a Fiocruz, o
efeito mais temido de longo prazo é a ocorrência de câncer, já que o
benzeno, um dos hidrocarbonetos, é comprovadamente cancerígeno.
Nesse sentido, serão considerados também a segurança alimentar das
comunidades atingidas e os efeitos sobre grupos prioritários, como
pescadores, marisqueiras e grávidas, incluindo também profissionais e
voluntários envolvidos na retirada do óleo.
Entre os sintomas que a exposição pode provocar estão irritações
na pele, rash cutâneo (erupções de pele), queimação e inchaço; sintomas
respiratórios, cefaleia e náusea; dores abdominais, vômito e diarreia.
Os pesquisadores da Fiocruz alertam que a exposição deve ser reduzida ao
mínimo e, quando ocorrer, devem ser usadas roupas protetoras, que
depois precisam ser descartadas de forma adequada.
Os pesquisadores também vão trabalhar em uma classificação de
risco para definir as áreas prioritárias para atuar. Localidades com
manchas maiores de óleo e em que o produto tenha atingido pescados e
mariscos devem ter prioridade.
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