A partir de modelos matemáticos e de inteligência artificial,
cientistas, matemáticos e infectologistas lançaram uma plataforma
aberta, feita por voluntários, que prevê o comportamento do coronavírus
no Brasil, em tempo real, e faz previsões de sua evolução.
Chamada de Spume, o software prevê que o pico do novo coronavírus no
Brasil será entre o fim de maio e começo de junho, além disso, ela
demonstra que, atualmente, o país já chega ao número de 15 milhões de
infectados, sendo que a previsão dos pesquisadores é que 75 mil
brasileiros venham a morrer em decorrência da doença. Estes dados foram
feitos considerando a capacidade de leitos que temos hoje.
Mauro Jeckel, CEO da Spume, diz, que em termos estatísticos, a doença
deve permanecer ainda por cerca de dois meses e meio no Brasil. Ele
ressalta que seu objetivo não é apenas fazer previsões. “É também ajudar
em políticas de saneamento de modo que a gente possa ter um laboratório
para gestores de saúde pública”, disse. A plataforma é capaz de
representar o comportamento do vírus nas diversas regiões do país.
Antes de eles colocarem a plataforma em funcionamento, Jeckel contou
que realizaram um estudo considerando 25 previsões sobre quando seria o
pico da pandemia, e chegaram a conclusão de que praticamente todos se
equivocaram. “Os dois estudos mais famosos, citados pela mídia, no caso,
Imperial College of Science ou a Universidade de Tecnologia e Design de
Singapura, têm uma diferença de 900 vezes. A gente fez um software
percebendo que há uma dificuldade de se fazer esse cálculo”, explicou
Mauro.
A infectologista Gladys Prado, que participa da plataforma, ficou
responsável pela discussão sobre as características dos vírus em si, dos
patógenos e das epidemias. Ela cita que uma ação coordenada é a forma
mais assertiva para se combater a proliferação do vírus.
“A própria quarentena só tem efeito se for feita de forma adequada.
Uma das maiores dificuldades da gente comprovar efeitos da quarentena é
porque, em geral, elas são feitas de uma forma muito heterogênea pelo
mundo. Os trabalhos que existem são heterogêneos e é difícil a gente
encontrar um modelo que já tenha sido testado e depois retestado”,
complementa dizendo que se a ação coordenada é ficar em casa, então é
isso que temos que fazer, caso contrário, iremos pagar um preço ainda
mais alto.
CNN BRASIL
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