terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Ministro da Saúde vai se reunir com governadores para discutir novas opções de vacina e alinhar estratégias de vacinação nos estados

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vai se reunir com governadores na terça-feira (8) pela manhã para discutir sobre a incorporação de novas alternativas de vacina contra Covid-19 e alinhar as estratégias de vacinação nos estados.

A agenda foi confirmada nesta segunda-feira após a emissão de uma nota pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), no sábado, pedindo que todas as vacinas contra Covid-19 sejam incorporadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A expectativa de governadores é que o ministro informe sobre a evolução das negociações com outros laboratórios desenvolvedores de vacina, como a farmacêutica Pfizer.

— Se houver uma definição de que o governo vai incluir todas vacinas aprovadas pela Anvisa no PNI, isso amplia a capacidade de compra e produção do Brasil e reduz o tempo para vacinação— afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consórcio Nordeste.

De acordo com Dias, é importante a aquisição de múltiplas vacinas para reduzir a dependência de apenas um fornecedor.

— Quando compro só de um laboratório fico nas mãos da capacidade de produção daquele laboratório, quando compro de variados passo a ter o fornecimento de vários, o que permite uma sequência de entrega em prazo curto. Queremos que no máximo em junho todos os grupos prioritários tenham recebido ao menos uma dose.

O governador afirmou que os gestores estaduais estão dispostos a adaptar a rede de frio para adquirir vacinas como a Pfizer, que demandam capacidade de refrigeração a -70°. Na semana passada, o GLOBO adiantou que os governadores se mobilizavam para pressionar o governo federal pela adaptação dos equipamentos de refrigeração ao menos em capitais e cidades com mais habitantes.

Nesta segunda-feira, o governo de São Paulo informou que a vacinação no estado começa no dia 25 de janeiro para profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos e indígenas e quilombolas. O estado utilizará a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Segundo Dias, a ideia de incorporar todas as vacinas aprovadas disponíveis é uma tentativa inclusive de evitar a ida de moradores de outros estados para São Paulo na tentativa de se imunizar.

— A gente quer evitar (o boom de pessoas indo a São Paulo). São Paulo vai ter responsabilidade com São Paulo. Por mais boa vontade que se tenha, só o Instituto Butantan, no tempo curto que queremos, não vai conseguir imunizar. O próprio João Doria (governador de São Paulo) tem defendido colocar o Butantan como um dos que vão vacinar, porém sabe-se que precisamos de outras vacinas para suportar uma população do tamanho do Brasil.

O secretário de Controle Externo da Saúde do Tribunal de Contas da União (TCU), Marcelo Chaves Aragão, afirmou que está fazendo o acompanhamento da vacinação contra a covid-19 “desde o primeiro momento”. Ele deu a declaração durante a audiência pública da comissão mista que acompanha as ações do governo federal no enfrentamento da pandemia.Aragão criticou a “indefinição” sobre a vacina que será adotada no Brasil.

— Negativo é a indefinição da CoronaVac, indefinição da vacina da Pfizer… O Ministério está apostando as fichas na AstraZeneca e no consórcio Covax — disse.

*Com informações O Globo

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