O vice-presidente, Hamilton Mourão, ironizou os protestos contra o governo federal ocorridos durante o último fim de semana. Para o general da reserva, os atos tiveram como pano de fundo a oposição à administração Jair Bolsonaro e causaram aglomeração.
“A gente sabe que tem oposição. Tem um núcleo duro aí que não gosta do nosso governo. Agora, foi aglomeração, né? Tem aglomeração do bem agora? Não tem”, criticou Mourão. “Distanciamento nenhum ali.”
No sábado, manifestantes de várias cidades do país foram às ruas contra o governo federal para pedir a prorrogação do auxílio emergencial e uma aceleração na vacinação contra a Covid-19. Os atos foram vistos em pelo menos 17 capitais.
Questionado a respeito de uma eventual mudança de rota política do governo em função dos pedidos de impedimento de Bolsonaro, o vice-presidente afirmou que a “questão de impeachment virou moda” e defendeu as regras da democracia brasileira.
“Desde o fim do período de presidentes militares, não teve nenhum presidente que não tivesse passado sob ameaça de impeachment, sendo que dois sofreram efetivamente o processo de impedimento. O presidente Sarney sofreu as ameaças, o próprio Fernando Henrique, o presidente Lula. Terminar o governo, vamos para um processo eleitoral. Se a maioria da população quiser uma mudança, ela vota pela mudança. Assim que funciona.”
Sobre a acusação de que a vacinação contra a Covid-19 não foi prioridade no governo durante a gestão da pandemia, tese levantada pela oposição durante os trabalhos da CPI da Covid no Senado, Mourão discordou e defendeu as ações do presidente.
“Não concordo. O governo procurou comprar as vacinas que tinha que comprar, com as dificuldades existentes. Agora mesmo, aquela questão da Pfizer, o próprio presidente da Argentina, Alberto Fernandez tá tendo problema com a Pfizer, porque não está aceitando as imposições da multinacional para a compra da vacina. A Argentina tá sofrendo.”
Gabinete paralelo
O vice-presidente também refutou a existência de um suposto gabinete paralelo no Ministério da Saúde que aconselharia Jair Bolsonaro nas decisões referentes à crise sanitária.
“Essa história de Ministério da Saúde paralelo é algo que não procede, porque o presidente da República pode chamar algum especialista, em determinado momento e ouvir a opinião deste especialista para ouvir a opinião dele”, finalizou.
Correio do Povo
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