quinta-feira, 4 de maio de 2023

‘Já apliquei bastante vacina, mas no Bolsonaro, não’, diz técnica de enfermagem que teve nome usado em suposto esquema

 

Foto: AFP

Técnica de enfermagem da Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Silvana de Oliveira Pereira, de 36 anos, foi surpreendida ao ter seu nome vinculado às investigações que atingiram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira.

Segundo relatório da Polícia Federal, Silvana foi a profissional que “aplicou” a segunda dose da vacina da Pfizer em Bolsonaro em 14 de outubro de 2022, conforme um registro falso inserido no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro e apagado seis dias depois.

— Não apliquei vacina nele. Sou realmente técnica de enfermagem e já apliquei bastante vacina, mas nele, não — disse Silvana ao GLOBO.

Ela afirmou que, em outubro passado, trabalhava na emergência da UPH Pilar, no município de Duque de Caxias, e não no Centro Municipal de Saúde, onde o registro apontava que Bolsonaro havia sido vacinado. Segundo Silvana, seu nome foi usado sem seu conhecimento no suposto esquema de fraude investigado pela PF.

A investigação da PF aponta que registros de vacinação do ex-presidente e de sua filha caçula, Laura, foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro de 2022 e apagados no dia 27 sob a justificativa de “erro”.

A suposta fraude teria sido possível por meio de um esquema montado na Prefeitura de Duque de Caxias, por onde os registros foram inseridos e excluídos do sistema da Saúde. À época, Bolsonaro e seus familiares estavam prestes a viajar para a Flórida, nos Estados Unidos, onde passaram uma temporada de três meses.

A suspeita é que, entre a inclusão e a exclusão dos dados, Bolsonaro tenha emitido seu certificado de vacinação, a fim de que pudesse comprovar que estava imunizado, caso fosse necessário. A exclusão dos dados teria ocorrido para que ele mantivesse o discurso antivacina, que foi uma marca de seu mandato.

O Globo

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