A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (6) que enviou um navio-sonda para retomar a exploração da Margem Equatorial brasileira, trecho da costa que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. A embarcação perfurará o poço de Pitu Oeste, na Bacia Potiguar. O navio-sonda deixou o Rio de Janeiro na terça-feira (05) e deve começar a perfuração ainda neste mês. A previsão é que o trabalho dure de 3 a 5 meses.
De acordo com a estatal, a autorização para perfurar poços exploratórios em águas profundas da Bacia Potiguar foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em outubro deste ano.
O Pitu Oeste é o terceiro poço da concessão BM-POT-17, que já foi explorada anteriormente, sendo a última perfuração em 2015. A Petrobras informou que ainda que pretende perfurar o poço Anhangá, em outra concessão da Bacia Potiguar (POT-M-762).
“Em nosso Plano Estratégico 2024-2028, está previsto US$ 3,1 bilhões em investimentos em atividades exploratórias na Margem Equatorial. Esse esforço já dá a medida da confiança em que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, por meio de nota.
Governo do RN celebra
A governadora Fátima Bezerra celebrou o início do processo. "Não é mais sonho, é realidade. É uma nova fronteira que se abre. Para o Rio Grande do Norte, significa um novo ciclo de investimentos que irá contribuir para a geração de emprego e renda e para o aumento da arrecadação do Estado e dos municípios", disse.
A retomada da exploração de petróleo em águas profundas é vista pelo presidente da Fiern, Roberto Serquiz, como um fator promissor para a economia potiguar. "Nós já percebemos um movimento muito favorável na região, onde onze empresas atualmente exploram os campos maduros, e há expectativa de exploração do campo Pitu Oeste, em águas profundas, com investimento inicial em torno de 300 milhões." Segundo Serquiz, a produção em terra tende a aumentar com a reativação de 616 poços e a previsão de perfuração de mais 1.600.
A cadeia do petróleo era responsável por mais de 50% do PIB industrial do Rio Grande do Norte nos tempos em que a produção superava 100 mil barris/dia. O mercado estima que o petróleo tem atualmente um peso de apenas 13% na formação do Produto Interno Bruto potiguar, mas a tendência é que essa participação aumente com a entrada em operação de novos campos em terra concedidos à iniciativa privada e, agora, com a volta das atividades da Petrobras ao Estado.
Ambiente Promissor
A retomada das atividades da Petrobras amplia o horizonte de investimentos e geração de emprego e renda no Rio Grande do Norte impulsionado pelo Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (Proedi). Criado em 2019 para barrar a fuga de empresas, conter a perda de empregos e incentivar a interiorização do desenvolvimento, o Proedi tem atualmente 265 empresas cadastradas e um universo de 29.968 empregados.
“O Proedi é o melhor programa de incentivo à indústria da história do RN. É uma política de Estado e não de governo. Nos oito anos anteriores a 2019, perdemos 20 mil empregos. E o que estamos vendo hoje? Estamos vendo empresas que aqui já estavam instaladas aumentando seus investimentos; novos empreendedores locais e de fora, inclusive do exterior, fazendo investimentos em nosso Estado. E bom dizer que a indústria do Rio Grande do Norte foi a que mais cresceu no Brasil no primeiro semestre. Mais que a China”, destacou.
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