Lula sanciona mínimo de R$ 540

Brasília (ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem duas medidas provisórias: a que reajusta o salário mínimo de R$ 510 para R$ 540, a partir de 1º de janeiro, e a que cria facilidades para crédito de longo prazo. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após despachar com o presidente, no Palácio do Planalto. O áudio da conversa com os jornalistas foi divulgado pela assessoria do ministro.

Assinatura da MP do mínimo foi um dos últimos atos de Lula como presidente. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Mantega disse que encontrou o presidente satisfeito com o desempenho da economia em seus oito anos de governo. Segundo o ministro, ele destacou o recorde das exportações brasileiras, que devem ultrapassar US$ 200 bilhões neste ano.

O ministro ressaltou também que o cenário econômico está amplamente favorável à continuação do crescimento sustentado do país. Citou, como exemplo, o fato de a inflação estar sob controle, apesar das pressões inflacionários observadas no início deste ano e nos últimos meses, em grande parte devido aos aumentos de preços dos alimentos.

Ele afirmou que "nãohá condições da inflação sair da meta", cujo centro é 4,5%, podendo flutuar entre 2,5% e 6,5%. De acordo com o boletim Focus, divulgado na última segunda-feira pelo Banco Central, a expectativa dos consultores financeiros da iniciativa privada é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 5,90%.

Inflação

O valor do salário mínimo para 2011 não compensa as perdas no poder de compra causadas pela inflação acumulada no ano. O aumento sancionado ontem pelo presidente Lula de 5,88% perderá para os 6,47% correspondentes à estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010.

Os dados constam de uma nota técnica divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com a entidade, o salário mínimo de R$ 540 terá perda de 0,55% ante a inflação. Essa perda seria a primeira verificada desde o ano de 2003.

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Do DN