A Justiça de São Paulo deve julgar, nesta terça-feira (3), o recurso que
pede a anulação da decisão do júri popular que condenou o casal
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá a 31 e 26 anos de prisão,
respectivamente, em março de 2010. O julgamento do recurso de apelação
acontecerá a partir das 10h, na sede do Tribunal de Justiça de São
Paulo, no centro da capital paulista.
Em setembro de 2010, um pedido de anulação do julgamento de Anna
Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni foi negado. A decisão dos três
desembargadores que analisaram o recurso foi unânime. O pedido de novo
julgamento do caso foi formalizado alguns dias depois da decisão da
Justiça.
Alexandre e Anna Carolina foram condenados pela morte da menina Isabella
Nardoni, filha de Alexandre. Eles também foram condenados a outros oito
meses de reclusão por crime de fraude processual, que os dois poderão
responder em regime semiaberto. Foi negado aos dois o direito de
recorrer da sentença em liberdade, por isso, eles permanecem detidos em
presídios na cidade de Tremembé, a 147 km de São Paulo.
Relembre o caso
A morte de Isabella Nardoni completou três anos no dia 29 de março deste
ano. À epoca com cinco anos, ela foi jogada do 6º andar do edifício
London, na zona norte de São Paulo. No apartamento, moravam o pai dela,
Alexandre Nardoni, a madrasta, Anna Carolina Jatobá, e os dois irmãos
menores. A menina chegou a ser socorrida, mas morreu.
O pai e a madrasta contaram à polícia que um assaltante havia entrado
no prédio e jogado a menina da janela. Mas a polícia desconfiou da
versão. Em 3 de abril, eles divulgaram cartas escritas a mão em que
diziam ser inocentes. Ainda assim, os dois foram presos.
Peritos da Polícia Civil falaram que a menina foi espancada e esganada
dentro do apartamento, antes de ser jogada pela janela. Depois, a
polícia afirmou que não existia uma terceira pessoa no apartamento na
noite da morte de Isabella e, durante a reconstituição, a polícia
concluiu que a criança morreu 11 minutos após ter chegado ao prédio.
O promotor Francisco Cembranelli entregou à Justiça denúncia contra o
casal no dia 6 de maio. Eles foram acusados de homícidio doloso (com
intenção de matar) triplamente qualificado, já que, segundo a
promotoria, a vítima foi morta de forma cruel, não tinha condições de se
defender e o casal ainda escondeu que bateu na criança.
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