Alex Viana
O vice-governador Robinson Faria (PSD) defendeu hoje a
abertura de diálogo da oposição com o PMDB, com vistas à construção de
uma aliança política para as eleições de 2014. Ele disse que o objetivo é
que todos os partidos de oposição saiam unidos e decidam a chapa
majoritária de forma colegiada e com a participação do PMDB. O fato de o
PMDB ter afirmado que irá lançar candidato próprio, segundo Robinson
Faria, não dificulta entendimentos neste sentido, haja vista a
possibilidade de, no momento certo, surgir uma chapa consensual.
“Minha luta é para que haja convergência. Pode ter candidato do PMDB e
pode não ter. O PMDB deixou claro que poderá ter candidato a
governador. Lá na frente, pode ser que o PMDB confie numa parceria, de
um colegiado unido a Dilma e do qual o PMDB faz parte, e surja uma chapa
dessa união”, observou.
A avaliação de Robinson é de que, em outras eleições, o PMDB já
apoiou candidatos de outros partidos a governador, como em 2010, quando
uma ala da sigla ficou com Rosalba Ciarlini e a outra com Iberê Ferreira
de Souza. “E isso pode acontecer, como também não necessariamente. O
importante é dialogar e acho que a conversa não inibe a mim, que sou
candidato a governador, de conversar com o PMDB. Isso não quer dizer que
estou abrindo mão ou estou em dúvida em relação ao meu projeto. Minha
convicção de ser candidato está tomada e já faz parte da minha
caminhada”.
Em entrevista ao Jornal de Hoje, o presidente do PSD abordou pela
primeira vez o rompimento do PMDB com o governo Rosalba Ciarlini (DEM).
Para o vice, que se afastou politicamente da gestão ainda no primeiro
ano do atual mandato, a oposição deve abrir diálogo com o PMDB,
individual e coletivamente, com vistas à formação de uma aliança
política para disputar o governo e o Senado em 2014.
“Acho que o PMDB ouviu, respeitou e acatou a voz das ruas, obedecendo
à sinalização de desencanto com o governo. As coisas não acontecem por
acaso. O PMDB respeitou a sintonia, numa atitude louvável do partido, e,
ao mesmo tempo, decepcionou-se com a desorganização, com a má gestão. O
partido, mesmo querendo colaborar com o governo, percebia que a
administração não queria e estava desorganizada, e se desencantou”,
avaliou o líder oposicionista.
CONVITE
Robinson disse que não convida o PMDB para integrar a oposição, uma
vez que o PSD faz parte de um colegiado muito forte no Estado, integrado
pelos partidos que estão na oposição – além do PSD, o PDT do prefeito
de Natal, Carlos Eduardo Alves, o PT da deputada federal Fátima Bezerra e
o PSB da ex-governadora Wilma de Faria. No entanto, defende que o
diálogo desses partidos com o PMDB seja aberto, individual e
coletivamente.
“Eu não posso falar pelo PMDB e convidar o PMDB para nada porque
temos um colegiado muito forte no Estado que hoje forma a oposição. Mas,
acho que a oposição e os demais partidos, o meu, o de Wilma e os
demais, têm que, a partir de agora, dialogar com o PMDB e tratar o PMDB
como um partido que está na oposição”, avaliou.
“Não estou fazendo convite porque isso é uma decisão interna
corporis, deste colegiado, mas, pelo tamanho e pela importância do PMDB,
que tem mais prefeitos no Estado, o ministro Garibaldi, o presidente da
Câmara e vários deputados estaduais, acho que a oposição, coletivamente
ou individualmente, tem que abrir o diálogo com o PMDB”.
“Não será um jantar que definirá 2014. Há muito chão pela frente”
Fortalecido politicamente pela opinião de que poderá ser candidato a
governador com o apoio do PMDB, do PT, do PDT e do PSB, o
vice-governador Robinson Faria disse que não será um jantar que definirá
os rumos de 2014. “Em qualquer momento de nossas vidas que o nosso nome
é lembrado é motivo de alegria e de ficar sensibilizado, mas foi um
jantar de confraternização, foi uma brincadeira e não um exercício de
discussão para definir parcerias políticas”, minimizou sobre o encontro
na última sexta na residência do deputado estadual Wober Júnior (PPS),
que reuniu o presidente da Câmara e do PMDB, Henrique Alves, o
presidente do PDT, prefeito Carlos Eduardo Alves, e a presidente do PSB,
vice-prefeita Wilma de Faria. Na oportunidade, todos eles disseram
poder apoiar Robinson para governador. Apesar disso, Robinson minimiza.
“Não é um jantar que vai definir 2014, temos muito chão, debater muitas
propostas, e essa é uma construção permanente”.
Ao falar sobre as ausências políticas da noite, o vice-governador
ressaltou a importância da presença de nomes como deputada federal
Fátima Bezerra (PT) em qualquer mesa de discussão sobre 2014. “Política é
agregar e acho que o PT não pode nunca ficar de fora, quando se vai
fazer um exercício de aliança de 2014. Não se pode deixar de incluir o
PT. Minha parte é, ao contrário, no sentido de estreitar a parceria com o
PT”, disse Robinson, minimizando novamente o evento social para o qual
não foi convidado também o ministro Garibaldi Filho. “Foi um jantar
social eclético com muita gente de vários partidos, uma homenagem a
Henrique, e Wober convidou amigos dele. Não houve deliberação política,
houve brincadeira. Mas brincadeira ou não, nos alegra termos o nome
lembrado e algumas demonstrações de simpatia”.
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