sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Celebração reúne mais de 120 mil fiéis em Cunhaú e Uruaçu

Daísa Alves - repórter

O transtorno no trânsito foi palco competidor da festa em celebração aos mártires de Cunhaú e Uruaçu. Enquanto o padre Reginaldo Manzotti animava os mais de 120 mil fiéis que compareceram ao evento, se estendia ao entorno do santuário mais de 10 km de engarrafamento. Só de caravanas, a Policia Militar contabilizou cerca de 1.600 ônibus, no entanto estavam preparados para a metade deles. O evento ocorreu ontem, com uma programação de missas e show gospel durante todo o dia, no santuário dedicado aos cristãos católicos mortos no local, comunidade de Uruaçu, no município de São Gonçalo do Amarante, e de Cunhaú, no município de Canguaretama.
 

Foto: Emanuel Amaral

Missa aconteceu na Basílica dos Mártires, no bairro de NazaréMissa aconteceu na Basílica dos Mártires, no bairro de Nazaré

Carros, vans, ônibus, lotados de fieis que se programaram para participar do evento, compuseram o engarrafamento gigantesco. Desde a entrada em São Gonçalo do Amarante, pela Av. Coronel Estevão Dantas, seguindo pela BR 106, que dava acesso a Uruaçu, o pouco avanço do trânsito impacientava os motoristas.

Ao perceber a dimensão do engarrafamento, muitos decidiram colocar a fé na estrada. Estacionaram os carros no acostamento e seguiram caminhando para o evento. Até a cavalaria da Policia Militar ficou presa no trânsito.

Pedro Dantas, 65, aposentado, encostou o seu carro enquanto a esposa e sua cunhada foram a pé para a celebração. “Vim me arrastando até aqui por umas duas horas, decidi parar. O carro tá velho, já não aguentava mais. Minha esposa e cunhada desceram e foram andando. Vou esperar vagar, se não, vou ficar aqui até elas voltarem”, relatou.

“Três horas de engarrafamento. Falta policia, falta tudo, está muito desorganizado, uma bagunça. Deviam ter se preparado mais”, reclamou Maria Aladim, 33, vendedora que já estava há três horas tentando seguir, até que desligou o carro e resolveu analisar a situação a frente que a esperava. “Desliguei, não é? Fazer o quê? Não anda mais. Na frente tem ônibus atravessado; nem vai, nem volta. Agora estou tentando ir embora, à perdi o show”.  

Fátima Carujo fazia parte do grupo que resolveu caminhar, após três horas no transito, ela já tinha enfrentado quase uma hora de caminhada. A pequena presença de policiais era uma das reclamações dela. “Acho uma falta de organização muito grande do governo do estado, prefeitura. Não tem sinalização, a policia não aparece”, lamentou.

Apesar do entusiasmo para a programação no feriado, Solange Dantas, 28, autônoma, já estava muito cansada para continuar a saga. Com o seu filho a tiracolo, ela resolveu desistir de chegar à celebração. “Vou desistir. Já foram mais de quatro horas. Vim com um grupo de Nova Natal, mas não dá mais pra continuar. Ir andando é a única opção, mas com filho, fica difícil”, disse.


Mártires passaram a ser venerados como padroeiros do RN

Foto: Emanuel Amaral

Mártires passaram a ser venerados como padroeiros do RN

Jackson Lucas, 62, consultor mineral, também estava como pedestre, mas desistir não estava no vocabulário dele, até o momento. “Muita gente e pouca informação, quero dizer, nenhuma informação. Vamos caminhando, mas se for muito longe, não sei se vamos continuar”, afirmou.

A dificuldade não limitou aos fieis. As ambulâncias e carros da policia tinham dificuldade para locomover-se na pista. Dois bispos da arquidiocese necessitaram da ajuda das motos da Rocam para se dirigirem a missa. Segundo os caminhantes, também foi visto a vice-prefeita Wilma Farias dando alguns passos em direção a Uruaçu, mas ão foi muito longe. Logo voltou e não compareceu ao evento.

A orientação do trânsito estava sendo realizada pelo Comando da Policia Rodoviária Estadual com um efetivo de 35 policiais. Ao chegar em Uruaçu, a pista ficava lotada apenas para ida. Para saída, os motoristas tinham a opção pelo caminho ao bairro de Pajuçara.

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